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Polícia faz segunda reconstituição do sumiço de Amarildo

Nesta etapa, que durou cinco horas, investigadores refizeram trajeto da viatura da PM que levou pedreiro desaparecido à sede da UPP na Favela da Rocinha

Por Da Redação
9 set 2013, 06h08

A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou entre a noite deste domingo e a madrugada desta segunda-feira uma nova etapa da reconstituição do sumiço de Amarildo de Souza. O pedreiro está desaparecido desde a noite de 14 de julho, quando foi conduzido por policiais militares de sua casa, na Rua 2 da Favela da Rocinha, à sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na localidade conhecida como Portão Vermelho, na parte alta da comunidade.

Nesta segunda reconstituição, que durou cinco horas, os investigadores da Divisão de Homicídios (DH) refizeram o trajeto da viatura da PM prefixo 54-6014, que levou Amarildo do Centro e Comando e Controle (onde são monitoradas as imagens das câmeras de segurança da Rocinha) à sede da UPP. No dia do sumiço, Amarildo e os PMs fizeram o caminho da casa do pedreiro até o Centro de Comando e Controle a pé (já que o trajeto inclui várias vielas, onde carros não passam). Na primeira fase da reconstituição, que teve início no domingo passado e terminou na manhã seguinte, a reprodução simulada dessa parte durou dezesseis horas.

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Além do caminho entre o Centro de Comando de Controle e a sede da UPP, os policiais da DH refizeram todo o trajeto da viatura na noite de 14 de julho e no dia seguinte, inclusive fora da Favela da Rocinha. O roteiro completo foi revelado em 14 de agosto pela TV Globo, que teve acesso aos dados do rastreador via satélite instalado no radiocomunicador do carro da polícia. O carro esteve na zona portuária, no centro e em bairros da Zona Sul da cidade.

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Casa de traficante – Entre os locais que os investigadores da DH estiveram na primeira parte da reprodução simulada está a antiga casa do traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, ex-chefe do tráfico da Rocinha. O imóvel, que fica na localidade conhecida como Cachopa, atualmente é utilizado como uma base da UPP.

Relatório do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CEDDH) destaca que, no dia 24 de abril, o órgão recebeu denúncias de três moradores da Rocinha dizendo que a antiga casa de Nem era utilizada pelos PMs para “práticas de tortura, como eletrochoques, para conseguir testemunhos de moradores sobre o tráfico de drogas local”. Datado de 29 de agosto, o documento é assinado por Pedro Strozenberg, presidente do CEDDH, e Thais Duarte, da comissão de Segurança Pública do órgão, que é subordinado à secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos.

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O advogado João Tancredo, que representa a família de Amarildo, encaminhou o relatório ao Ministério Público do Rio (MP-RJ), cobrando providências. Pelo menos oito PMs da UPP da Rocinha serão denunciados à Justiça pelo MP sob acusação de tortura contra moradores.

Durante a primeira etapa da reconstituição, os policiais da DH também estiveram no bar onde Amarildo foi abordado pelos PMs. O estabelecimento é próximo à casa onde o pedreiro morava. Depois, os policiais civis foram ao Centro de Comando e Controle. Por fim, visitaram a sede da UPP, onde ouviram os depoimentos de treze PMs que estavam de plantão na noite do sumiço de Amarildo – entre eles o então comandante da UPP, major Edson Santos, exonerado do cargo na última sexta-feira. O trajeto entre o bar onde Amarildo foi abordado e a sede da UPP foi refeito três vezes pelos investigadores – um PM participou de cada vez. O objetivo era encontrar contradições em depoimentos anteriores dos PMs.

(Com Estadão Conteúdo)

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