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Polícia e prefeitura tentam conter avanço do crack no Rio

Operações de recolhimento de usuários são uma parte da ação, mas esbarram na dificuldade de manter os dependentes químicos em tratamento

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 Maio 2011, 15h43

Três grandes operações realizadas nesta semana no Rio de Janeiro para combater o consumo de crack deram noção do tamanho do problema que o estado enfrentará pelos próximos anos. Nesta sexta-feira, no jacarezinho, na zona norte – considerada uma das favelas mais perigosas do Rio – policiais e agentes da secretaria de Assistência Social do município detiveram 14 menores de idade e 73 adultos que estavam na cracolândia do local. Sob o efeito da droga, eles reagiram. Distribuíram mordidas quando eram levados pelos servidores, quebraram janelas dos ônibus e tentaram fugir.

Na noite de quarta, os alvos foram os usuários que se aglomeram na Central de Abastecimento do Estado, a Ceasa, zona norte. Eles foram levados para os abrigos da prefeitura. Foram 59 os detidos, entre eles uma adolescente que se prostituía. O homem acusado de explorar a menina naquele momento foi preso. Na segunda-feira, a polícia e a secretaria de Assistência Social tinham ido à cracolândia no morro do cajueiro, em Madureira, zona norte. Há dois meses a secretaria começou a fazer incursões nesses locais conflagrados e, no caso do cajueiro, já foram feitas três operações. Na primeira, 108 pessoas foram detidas, depois 86 e, nesta semana, 83.

O recolhimento de usuários é uma parte do combate, mas sozinho tem pouca eficácia. A maioria dos usuários deixa os abrigos e não quer receber o tratamento – e, pela lei, não há como obrigá-los a isso. Esse é um dos grandes problemas enfrentados pela prefeitura porque as autoridades não conseguem solucionar a questão em cada operação. Só os menores de idade são obrigados a permanecer no tratamento. De acordo com o secretário municipal de Assistência Social, Rodrigo Bethlem, a palavra de ordem, no momento, é a insistência.

“Esse problema que está acontecendo no Rio é uma questão nacional. Eu considero isso uma epidemia. É um gravíssimo problema de saúde pública que, a meu ver, não está sendo encarado como tal”, afirma Bethlem. No rio, há três centros da prefeitura especializados no tratamento ao viciado em crack e mais um será inaugurado este mês. Mas, para o secretário, isso deveria fazer parte de uma política do Sistema único de Saúde.

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“Tem que haver uma política nacional de combate e prevenção ao uso do crack. O impacto dele na sociedade é muito violento. Por ser barata, é uma droga consumida principalmente pelas pessoas mais pobres da cidade e, principalmente, por jovens”, diz. Bethlem ressalta ainda que a droga abrange outras esferas, como a segurança pública. “Para piorar, a pessoa fica tão transtornada que faz de tudo pra obter recurso. Enquadram-se ai os pequenos delitos.”

No Rio de Janeiro, os primeiros registros de apreensão de crack são do início da década. Mas o alastramento do problema pelas ruas e pela maioria das favelas se deu há aproximadamente quatro anos. Em pouco tempo, as cracolândias já estavam instauradas e passaram a concentrar usuários. No caso do Rio, há ainda uma situação agravante: muitos desses ‘points’ estão localizados nos arredores de favelas onde o território é controlado por traficantes fortemente armados – uma dificuldade a mais para as autoridades de saúde, assistência social e para a própria polícia.

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