A recusa da cúpula do PMDB de indicar nomes para ministérios acabou não surtindo efeito entre parlamentares do partido. Um dia depois de o vice-presidente Michel Temer e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), avisarem a presidente Dilma Rousseff que não apresentariam nomes às pastas, a bancada do PMDB na Câmara decidiu indicar dois nomes, um para a Saúde e outro para uma pasta da área de infraestrutura. A decisão foi tomada em reunião dos deputados, que decidiram por 42 votos a 9 atender ao pedido de Dilma, que espera com isso recompor a base aliada.
A bancada do partido do Senado também deve indicar dois ministros. A expectativa é de que o PMDB indique ainda um quinto ministro, que seria um nome de consenso entre as bancadas das duas Casas. O partido comanda hoje seis ministérios. Na cota do Senado, Pesca, Agricultura e Minas e Energia. Na cota da Câmara, Turismo. Já na cota do vice-presidente Michel Temer estão Portos e Aviação Civil.
“A maioria dos parlamentares do PMDB é governista, portanto, acho natural que participemos do ministério”, disse o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR). No PT, há quem entenda que o partido precisa se sacrificar para garantir apoio a Dilma. “Pela governabilidade, o PT tem que ceder espaço aos aliados”, disse o senador Paulo Rocha (PT-PA).
Henrique Alves – Além das indicações do PMDB da Câmara para dois ministérios, o líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani, defende o nome de Henrique Eduardo Alves, atual titular da pasta de Turismo, como uma indicação de consenso da Câmara e do Senado.
A confirmação da indicação de Picciani deve ocorrer após reunião com o senador Eunício Oliveira (CE). A intenção é notificar de imediato a presidente Dilma sobre as indicações do PMDB.