PMDB desiste de entregar ministérios, mas não indicará substitutos na reforma
Bancada peemedebista da Câmara diz que prefere deixar Dilma 'à vontade para contemplar outros partidos em função de conveniências políticas e eleitorais'
Após ameaças de rebelião contra o governo federal, o PMDB da Câmara dos Deputados recuou e desistiu, por ora, de entregar os cargos ocupados nos ministérios da Agricultura e do Turismo – comandados por deputados licenciados. Em reunião de quase três horas nesta quarta-feira, a bancada decidiu que os dois parlamentares continuam no comando das pastas. Antônio Andrade (Agricultura) e Gastão Vieira (Turismo) devem sair do primeiro escalão do governo até abril, para disputarem a reeleição no Legislativo em outubro. O partido, no entanto, não indicará os sucessores.
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Detentor de cinco ministérios, o PMDB quer mais uma cadeira na Esplanada e está descontente com os rumos da reforma de Dilma Rousseff. A presidente já sinalizou que indicará o presidente do PTB, Benito Gama, para o Turismo – uma forma de acomodar mais um partido e garantir maior tempo de televisão a sua campanha pela reeleição.
Em nota divulgada após a reunião, o PMDB afirma que prefere deixar Dilma “à vontade para contemplar outros partidos em função das suas conveniências políticas e/ou eleitorais”. O apoio à presidente, de acordo com o líder do partido na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), está garantido: “O PMDB não quer estar associado a uma pecha de fisiologismo que tem de receber cargos para partilhar a base no governo. A nossa posição é apoiar o governo mesmo sem cargos”, disse o deputado. Apesar do tom amistoso, ele admite que a posição pode ser revista.