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Com ação rigorosa, PM impediu tomada da Paulista

Polícia Militar dispersou manifestação e blindou principal avenida da cidade de novas depredações. Ao menos 149 pessoas foram detidas. O Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, fez uma defesa veemente da ação e disse que eventuais abusos cometidos serão apurados

Por Da Redação
13 jun 2013, 23h18

Ao longo desta sexta-feira, São Paulo terá de fazer a contabilidade dos prejuízos causados pela quarta baderna que tomou as ruas da cidade. É provável que o saldo seja elevado, como nas três vezes anteriores. Houve, no entanto, algo de diferente nesta quinta-feira: a decisão de endurecer contra os manifestantes anunciada desde cedo pela Polícia Militar foi posta em prática e a ação foi taticamente bem-sucedida atingindo o objetivo de dispersar os manifestantes. Numa ação rigorosa que mobilizou a Tropa de Choque, a Cavalaria e teve o apoio de helicópteros, as 5.000 pessoas que inicialmente se reuniram na região do Theatro Municipal, no centro da capital, foram impedidas de mudar o trajeto previamente estabelecido para a passeata. Quando ficou claro que elas tentariam tomar a Avenida Paulista, como no ato da semana passada, os contingentes da PM foram acionados e repeliram seu avanço. Blindaram os acessos à avenida, palco anterior de depredações e vandalismo, fazendo uma varredura para garantir que grupos não furariam o bloqueio e causaram a dispersão da turba. Às 21h30, a situação na região foi normalizada com a liberação do trânsito.

Ao menos 149 pessoas foram detidas, segundo as informações oficiais divulgadas às 23 horas. O reforço da vigilância seguirá pela madrugada. É certo também que houve feridos, entre eles quatro policiais, mas ainda não há contabilidade oficial. Na noite desta quinta-feira, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, fez uma defesa veemente da ação da polícia e disse que eventuais abusos cometidos serão apurados. O Movimento Passe Livre, que organizou os quatro atos até agora, ameaça nova manifestação na segunda-feira e já convocou um ato para as 17 horas, no Largo da Batata, em Pinheiros.

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Além dos estragos na cidade, as manifestações também trarão consequências políticas para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e para o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). Os dois adotaram posições distintas nesta quinta. O tucano afirmou que não recuaria da decisão de reajustar as tarifas e determinou desde cedo que a polícia fosse rigorosa – um indicativo de que estava disposto a arcar com os eventuais custos de endurecer com os manifestantes. Esse dano político poderá aumentar se ficar demonstrado que houve ações arbitrárias paralelamente à operação estruturada de contenção da passeata – por exemplo, a atuação da Rota, força de elite da polícia para combater o crime organizado, no patrulhamento da passeata.

Já o prefeito passou o dia em silêncio e só se pronunciou quando a baderna estava em curso. Na gestão de seu antecessor, o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), o PT, partido de Haddad, apoiou o Movimento Passe Livre, que encabeça as manifestações. O Movimento Passe Livre é formado, em sua maioria, por militantes de partidos de extrema esquerda, como o PSOL, PSTU, PCO, PCR, e de organizações como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e União da Juventude Socialista, ligada ao PCdoB. Também participam militantes de grupos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) e militantes pró-aborto.

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“São Paulo é o berço das manifestações. O que São Paulo não aceita é a violência. De qualquer parte”, disse o prefeito. Questionado sobre a participação da Juventude do PT no movimento, Haddad emendou: “A pessoa é livre para expressar sua opinião. Uma coisa é a opinião individual, outra coisa é a posição partidária”.

Se há uma diferença mensurável no risco enfrentado por Alckmin e Haddad é o fato de as eleições do ano que vem serem para governador do estado. No caso do prefeito, eleito no ano passado, ele só enfrentará as urnas novamente em 2016.

Enquanto o conflito ocorria em São Paulo, outras cidades registraram confrontos. No Rio de Janeiro, um ato que estava agendado também resultou em choque de manifestantes com a polícia. Inesperada foi a eclosão de um protesto em Porto Alegre e em cidades menores, como Sorocaba, no interior de São Paulo. Portanto, fica uma indagação: se está se formando uma onda que vai se alastrar pelo país e as razões que movem os manifestantes – na capital gaúcha, por exemplo, sequer houve reajuste de passagens. Resta saber se ao radicalismo político de esquerda e à revolta “juvenil” contra o sistema, que estavam no coração dos primeiros protestos em São Paulo, estão se acrescentando outros componentes.

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