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Planalto escala Jaques Wagner para rebater Cunha: “Quem mentiu foi ele”

Ministro da Casa Civil confirma reunião com aliado do peemedebista, mas nega ter negociado engavetamento do impeachment

Por Felipe Frazão 3 dez 2015, 13h37

Responsável pelas negociações do governo federal com deputados aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), foi escalado pelo Palácio do Planalto para rebater as declarações do peemedebista, segundo quem a presidente Dilma Rousseff “mentiu” no pronunciamento que fez após a abertura do processo de impeachment. Ele negou que Dilma tenha participado de reuniões com aliados de Cunha para tentar evitar a deflagração do processo.

“Quem mentiu foi o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O André Moura não esteve ontem com a presidente Dilma. Esteve comigo. Ele disse que o deputado teria estado com a presidente levado por mim”, disse o ministro nesta quinta-feira. “Eu conversei com o deputado André Moura, é verdade. A pauta que ele trazia da parte do presidente [Cunha] sempre foi a questão do Conselho de Ética. Mas os fatos estão aí, nós conseguimos votar o que precisávamos e ele não conquistou aquilo que ele alardeia que seria motivo de chantagem. Eu não sou obrigado a ser verdadeiro com alguém que usa seu próprio poder para paralisar um país e a vida do Congresso Nacional.”

André Moura (PSC-SE) é um dos principais aliados e defensores do presidente da Câmara. Segundo o ministro, Cunha enviava o emissário para debater “pautas econômicas” que o Planalto tinha interesse em aprovar. Mais cedo, Cunha afirmou que o Planalto tentou negociar com ele a aprovação da CPMF e que Dilma faz um “governo de barganha.”

“Como emissário do presidente da Câmara, sempre discuti com ele pautas econômicas. A DRU, a CPMF, a repatriação, o PLN-5. Essas matérias tive êxito e havia uma resistência do presidente da Câmara, que acabou concordando em aprovar”, disse Wagner. “Nunca conversei com o deputado André Moura, e ele seguramente irá confirmar, sobre arquivamento ou não de pedido de impeachment. Sou da tese de que não podemos sustentar um governo o tempo todo ameaçado com a entrada ou não de um pedido de impeachment. Sempre disse que como presidente da Casa ele decida o que quiser que nós colocaremos número no plenário para barrar o impeachment sem causa que virou a pauta única de alguns segmentos no Brasil.”

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Jaques Wagner acusou Cunha de tentar chantagear constantemente a oposição e o governo com ameaças de abertura do processo de impeachment. Cunha só deu aval ao prosseguimento de uma denúncia contra Dilma horas depois de a bancada do PT anunciar que votaria contra ele no processo disciplinar a que o peemedebista responde no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

“Ele já disse que vai prorrogar as CPIs. Sempre é a ferramenta da ameaça, que é a prática do presidente da Casa. Sempre ameaçando para conquistar o que quer. Acaba com as chantagens com governo e com oposição”, disse o chefe da Casa Civil. “Ele tentou interditar o funcionamento do Conselho de Ética”, disse o ministro. “Creio que ele perdeu a legitimidade para estar sentado na presidência da Casa que o está julgando.”

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