PGR pede ao STF abertura de inquérito para investigar Agripino Maia
Parlamentar foi citado em delação premiada de empresário do Rio Grande do Norte na qual é acusado de ter cobrado propina de 1 milhão de reais
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de abertura de inquérito para investigar o senador José Agripino Maia, presidente nacional do DEM. O parlamentar foi citado em delação premiada de empresário do Rio Grande do Norte na qual é acusado de ter cobrado propina de 1 milhão de reais para permitir um esquema de corrupção no serviço de inspeção veicular do Estado.
A delação premiada, feita pelo empresário George Olímpio, foi divulgada no domingo pelo programa Fantástico, da TV Globo. Como senador, Agripino Maia tem foro privilegiado e por isso cabe ao PGR pedir a abertura de inquérito ao Supremo. O caso foi distribuído à ministra Cármen Lúcia no STF, que deverá decidir se aceita ou não o pedido.
O empresário George Olímpio, segundo promotores que acompanham o caso, teria montado um esquema envolvendo as principais autoridades do Rio Grande do Norte para aprovar uma lei que criava o sistema de inspeção veicular no Estado. A aprovação da lei, segundo a investigação, teria ocorrido sem obedecer os trâmites legais. O esquema de corrupção é investigado pela Operação Sinal Fechado, deflagrada em 2011.
Procurado pela reportagem, o senador disse que desconhece o pedido de abertura de inquérito contra ele e disse estar “surpreso e perplexo”. Segundo Maia, o delator George Olímpio já tinha feito uma declaração em cartório desmentindo a denúncia contra o parlamentar. “Essa renovação de um mesmo fato a mim causa perplexidade. Essa acusação de uma doação de um milhão já tinha ido à PGR, mas tinha sido arquivada”, disse o senador. Ele também disse que fará nesta terça-feira um discurso em sua defesa na tribuna do Senado.
Na segunda-feira, o senador emitiu nota oficial sobre as acusações de Olímpio. A seguir, confira o texto na íntegra:
Desconheço o teor da suposta acusação de que sou vítima.
Estaria eu sendo acusado pelo suposto delator de fatos que ele próprio, recente e voluntariamente, contestou e negou em testemunhal registrado em cartório no Rio Grande do Norte?
Estaria eu sendo objeto de denúncia de igual teor à que a Procuradoria Geral da República já teria apurado e arquivado?
Por que razão estes fatos, que não são novos, estariam sendo retomados neste momento?
Senador José Agripino (RN)
(Com Estadão Conteúdo)