PF vai pedir mais 30 dias para investigar caso Erenice Guerra
É a terceira vez que o delegado encarregado das investigações pede prorrogação do prazo
A Polícia Federal decidiu solicitar à Justiça Federal a prorrogação do prazo para encerramento do inquérito que investiga o tráfico de influência na Casa Civil envolvendo parentes da ex-ministra da pasta Erenice Guerra. O delegado que chefia a apuração, Ruberval Vicalvi, considerou insuficiente o material coletado desde setembro, quando o inquérito foi aberto, e quer mais 30 dias para reunir provas e colher depoimentos sobre o caso. Essa será a terceira vez que o investigador pedirá prorrogação para o prazo.
O prazo para diligências do inquérito terminou no último dia 23 de dezembro e, desde então, a equipe de investigadores tem analisado os documentos, as falas de testemunhas e os materiais coletados ao longo dos quase quatro meses de trabalho. De acordo com a assessoria de imprensa da PF, 30 discos rígidos de computadores estão sendo periciados, sendo que 15 já têm laudos concluídos.
O delegado Vicalvi deve encaminhar o pedido de prorrogação na segunda-feira, 10, para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Enquanto o novo prazo não for concedido, a polícia fica impedida de colher depoimentos e fazer busca e apreensão de provas materiais.
Histórico – A PF investiga a rede de corrupção construída ao lado do gabinete do presidente da República sob o comando do filho da ex-ministra, o empresário Israel Guerra, conforme publicado em VEJA, em setembro de 2010. Israel intermediava contratos milionários entre empresários e órgãos do governo mediante o pagamento de uma “taxa de sucesso”. A mãe sabia dos atos do filho e chegava a se encontrar com os clientes do esquema. Após negar o envolvimento no caso, Erenice – que foi braço direito da atual presidente Dilma Rousseff quando era a ministra-chefe da Casa Civil – enviou ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma carta de demissão do cargo.