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PF suspeita que João Santana destruiu provas na Lava Jato

Policiais dizem que marqueteiro mentiu em depoimentos e pedem que Moro decrete prisão preventiva do casal

Por Da Redação 3 mar 2016, 12h17

A Polícia Federal investiga se o marqueteiro João Santana e a esposa, Mônica Moura, atuaram para destruir possíveis provas do envolvimento deles em um esquema de pagamentos ilegais alvo de apuração na Operação Lava Jato. Conselheiro da presidente Dilma Rousseff e responsável pelas últimas três campanhas presidenciais do PT, Santana excluiu, no dia 22 de fevereiro, data da 23ª fase da Lava Jato, uma conta que tinha no Dropbox, apagando dados de celulares e computadores antes armazenados em arquivos em nuvem. Para a PF, foi uma “clara tentativa de eliminar eventuais elementos probatórios relevantes que ali pudessem ser encontrados”. O episódio foi utilizado pelos policiais para pedirem que o juiz Sergio Moro, responsável pelos processos do petrolão em Curitiba, converta a prisão temporária do casal Santana em preventiva, que é aquela sem data prévia de duração.

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Na avaliação da Polícia Federal, não há dúvidas de que João Santana e Mônica Moura possam impedir as investigações sobre o escândalo do petrolão se forem colocados em liberdade. Nas investigações, os policiais encontraram uma mensagem de e-mail de Clarice Peixinho, da agência de turismo Polistour, em que ela questiona se compra o bilhete aéreo para que a dupla retorne da República Dominicana, onde fazia a campanha à reeleição do presidente Danilo Molina. A mensagem data de uma sexta-feira, às 23h12, horário pouco usual para um expediente comercial. Mais: um dia antes, na quinta, começaram as mobilizações internas da PF para deflagrar a fase ostensiva da 23ª fase da Lava Jato. Somando os dois episódios, os investigadores concluíram que existe a “possibilidade de que os investigados tenham tomado conhecimento da deflagração da Operação que se daria três dias depois”.

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Outro fato complica a situação do casal Santana. A secretária da empreiteira Odebrecht, Maria Lúcia Tavares, que contabilizava dinheiro suspeito de ser propina paga pelo grupo, tinha anotações do nome de Mônica Moura, telefones dela e do filho, e vinculações ao nome “Feira”, uma referência ao que os policiais dizem ser João Santana. Na contabilidade, referência a horários indicam, segundo a Polícia Federal, possíveis pagamentos de propina, ou “acarajés”, como diziam os investigados, ao marqueteiro petista. Em novo depoimento, Maria Lúcia, que na primeira oitiva aos policiais havia afirmado que os “acarajés” diziam respeito ao prato típico baiano, permaneceu em silêncio.

João Santana e Mônica Moura já foram ouvidos pela Polícia Federal, admitiram caixa dois de campanha, mas afirmaram que todo o dinheiro que receberam fora do país foi resultado de campanhas que não envolvem políticos brasileiros. Para a PF, a versão é mentirosa. “Exsurgem indícios de que o casal recebeu da Odebrecht recursos no Brasil, o que foi veementemente negado por eles. Não haveria qualquer sentido em receber da Odebrecht valores no Brasil por conta de um suposto pagamento não oficial concernente a serviços prestados a campanhas eleitorais de Angola e Venezuela”, dizem os investigadores.

E mais: a própria contabilidade da Odebrecht, com pagamentos de recursos em espécie, afastaria a versão de que os pagamentos teriam sido por conta de campanhas na Venezuela e em Angola, como sustentam João Santana e Mônica Moura. “Em relação às alegações da defesa de Monica Moura e João Santana, cabe destacar que, em que pese a alegação de que ‘tanto os recursos recebidos da Odebrecht como aqueles doados por Zwi são de campanhas realizadas no exterior, onde foram feitas seis das nove campanhas presidenciais que comandaram’, não foi apresentado qualquer indício que seja, por parte de seus defensores, que corrobore tal afirmação”, conclui a Polícia Federal. “Não há um contrato, uma invoice, um registro ou mesmo uma troca de e-mails ou qualquer indício, por menor que seja, apto a corroborar os fatos alegados pela de defesa”, completa.

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