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PF barra entrada de lanche para ex-diretor da Petrobras

Advogado levou jornais, vitamina e sanduíches para Paulo Roberto Costa, suspeito de corrupção passiva. Justiça negou 2º pedido de liberdade feito pela defesa

Por Daniel Haidar, de Curitiba
27 mar 2014, 13h11

Policiais federais barraram, no fim da manhã desta quinta-feira, a entrega de uma vitamina e sanduíches para Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Um advogado trouxe o lanche para a carceragem, mas, segundo agentes de plantão, o material foi analisado e não teve a entrada liberada. Pelas regras divulgadas da carceragem, só é permitida alimentação especial por ordem médica. A exceção ocorre às sextas-feiras, dia de visitas, quando presos podem receber de visitantes um pacote de biscoito e uma barra de chocolate ou uma caixa de bombons.

A defesa também trouxe os jornais do dia para que o ex-diretor. Da cadeia, ele poderá acompanhar a evolução do noticiário sobre sua prisão e as investigações.

Costa foi preso nos desdobramentos da operação Lava Jato por suspeita de corrupção passiva e ocultação de provas. Os presos na operação dividem duas celas na carceragem da Superintendência da Polícia Federal no Paraná. O ex-diretor teve o segundo pedido de liberdade recusado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região na quarta-feira. Em decisão liminar, o desembargador federal João Pedro Gebran Neto, relator do processo, argumentou que a apreensão de cerca de 1,2 milhão de reais na casa e na empresa de Costa é um “forte indício, mas não é o único para justificar a prisão preventiva”. Ele destacou que familiares do ex-diretor retiraram grande quantidade de documentos do escritório dele, com o provável objetivo de destruir provas.

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O desembargador ainda rejeitou a justificativa apresentada pela defesa de Costa de que ele prestou consultoria ao doleiro Alberto Youssef e, como remuneração de 250.000 reais, recebeu um Land Rover Evoque blindado. A versão de que isso foi o pagamento de uma consultoria já tinha sido rejeitada pela 13ª Vara Federal Criminal do Paraná. A suspeita, com base nas investigações, é que Costa recebeu o carro e esteve entre os beneficiados de um pagamento de 7,9 milhões de reais em propina por obras na refinaria Abreu e Lima.

“Não é razoável supor que o paciente prestou serviços a conhecido doleiro, em particular porque aqueles que operam no mercado negro de câmbio estão usualmente envolvidos em operações fraudulentas de remessas ou recebimento de divisas para o exterior ou lavagem de dinheiro”, analisou o desembargador Gebran Neto na liminar.

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Na última segunda-feira, a 13ª Vara Federal decretou a prisão preventiva do ex-diretor da Petrobras. Em 17 de março, quando Youssef e outros doleiros foram presos pela PF, Costa era alvo apenas de um mandado de busca e apreensão. Parentes do ex-diretor da estatal, contudo, foram flagrados retirando documentos do escritório dele na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e a polícia pediu a prisão de Costa para evitar nova destruição de provas.

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Mesmo depois de preso, investigadores flagraram uma tentativa do ex-diretor da Petrobras de driblar a Justiça. Na última sexta-feira, a mulher dele, Marici da Silva Azevedo Costa, resgatou 1,5 milhão de reais em aplicações que mantinha em conta conjunta com o marido. Os recursos foram transferidos para uma conta individual dela, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Por isso, Costa e Marici tiveram os ativos financeiros bloqueados pelo Banco Central na segunda-feira.

Desde que foi preso, o ex-diretor não apresentou explicações para o recebimento de comissões, que aparentam ser fruto de propina, pagas pelas empresas MO Consultoria e GFD Investimentos, ambas controladas por Youssef. Costa foi apontado como destinatário dessas comissões em planilha obtida pela PF. Os pagamentos foram feitos entre julho de 2011 e julho de 2012.

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Paulo Roberto Costa deixou a Petrobras no fim de abril de 2012. Na planilha em poder da PF, há referência à sigla “CNCC”, que os policiais consideraram um código dado ao Consórcio Camargo Corrêa, responsável por parte das obras de 8,9 bilhões de reais da refinaria Abreu e Lima, investimento coordenado e fiscalizado por Costa como diretor da estatal. Também foram apresentados à Justiça, para fundamentar o pedido de prisão, documentos que sugerem uma conta corrente de Paulo Roberto Costa compartilhada com Youssef e contas comuns no exterior.

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