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PF apura repasse de R$ 12 milhões da Odebrecht ao Instituto Lula

Investigadores sugerem que dinheiro pode ter bancado a sede do instituto ou obras em outras propriedades do ex-presidente e pedem a prisão de executivos para esclarecer os repasses

Por Da Redação 22 fev 2016, 14h24

A 23ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta segunda-feira pela Polícia Federal, esmiuça as informações contidas em uma planilha anexada a um e-mail secreto do executivo da Odebrecht Fernando Migliaccio da Silva. O documento, que traz siglas acompanhadas de valores, foi uma das principais provas colhidas no âmbito da Operação Acarajé. Em uma das anotações está escrito “Prédio (IL)”, ao lado da quantia de 12,4 milhões de reais. A PF investiga se as letras se referem ao Instituto Lula.

“A equipe de análise consignou ser possível que tal rubrica faça referência ao Instituto Lula”. Os investigadores aventaram a possibilidade de o dinheiro ter sido usado na construção do prédio do Instituto Lula, na Zona Sul de São Paulo. “Assim, caso a rubrica ‘Prédio (IL)’ refira-se ao Instituto Lula, a conclusão de maior plausibilidade seria a de que o Grupo Odebrecht arcou com os custos de construção da sede da referida entidade e/ou de outras propriedades pertencentes a Luiz Inácio Lula da Silva”, diz o texto. De acordo com o registro, o dinheiro teria sido repassado em parcelas de 3,1 milhões, 8,2 milhões e 1 milhão de reais.

Rasgadinho - inquerito Lava Jato Acarajé
Rasgadinho – inquerito Lava Jato Acarajé (VEJA)

A PF, no entanto, fez a ressalva de que a conclusão pode estar “equivocada” e indica a necessidade de prisões cautelares de executivos da Odebrecht, como Fernando Miglaccio, para explicar melhor os significados das anotações. “O possível envolvimento do ex-presidente da República em práticas criminosas deve ser tratado com parcimônia, o que não significa que as autoridades policiais devam deixar de exercer seu mister constitucional”, diz a PF no inquérito.

A polícia ainda cita uma mensagem do ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, mencionando a palavra “Prédio”. “Liberar p/ Feira pois meu pessoal não ficou sabendo. Deixar prédios com Vaca”, diz a mensagem interceptada pela força-tarefa da Lava Jato. Segundo as investigações, Feira seria o ex-marqueteiro João Santana e Vaca o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, ambos suspeitos de envolvimento no escândalo da Petrobras.

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Apesar de ter um mandado de prisão contra ele, Migliaccio não foi preso porque está nos Estados Unidos desde que a PF deflagrou a Operação Erga Omnes, que tinha como alvos principais a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, em junho do ano passado. A polícia descobriu que Migliaccio usava um e-mail sigiloso para tratar de questões suspeitas – o endereço era o.overlord@hotmail.com. A planilha teria sido produzida pela secretária de confiança da Odebrecht Maria Lúcia Guimarães Tavares, que foi presa nesta segunda-feira em Salvador.

A Odebrecht também foi apontada como uma das empreiteiras que pagou parte da reforma do sítio de Lula em Atibaia (SP). Na ocasião, a empreiteira negou ter patrocinado obras no imóvel.

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