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Os pets na mira dos bandidos

Animais de estimação são os novos alvos de assaltantes em São Paulo. Depois de roubados, cães e gatos são revendidos no mercado paralelo

Por Nicole Fusco
Atualizado em 10 dez 2018, 09h44 - Publicado em 28 jun 2015, 09h55

Há duas semanas, a economista Izilda Biel, de 59 anos, vive a angustiante busca por Whiskey, o cachorro da família, da raça Spitz Alemão miniatura. Ele foi tomado de Izilda no último dia 13, enquanto ela passeava por uma rua do Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo. O assalto, gravado por câmeras de segurança, causou comoção nas redes sociais (assista ao vídeo abaixo).

https://www.youtube.com/watch?v=USHqpJE-PLU

O roubo do cachorrinho de Izilda não é um caso isolado. Os crimes contra os animais estão mais frequentes e têm como objetivo a venda, a reprodução forçada ou até a extorsão dos donos, que pagam para recuperar seus bichinhos. Funciona como um sequestro: os bandidos telefonam para as famílias – a partir das informações presentes na coleira, por exemplo – e pedem um valor para o resgate. Outro destino dos pets roubados são os canis ilegais: os cães não castrados passam a servir como reprodutores de forma exaustiva – e os criminosos lucram com a venda dos filhotes.

Os bandidos veem os pets como mercadoria. O motivo são os preços cobrados pelos criadores de animais – um filhote de Spitz Alemão como o Whiskey, por exemplo, custa entre 2.000 e 7.000 reais. O Código Civil os considera uma propriedade, equiparável a um carro ou a um celular, embora as famílias desenvolvam por eles sentimentos de carinho e apego.

Um hábito comum das vítimas nas metrópoles, passearem sozinhas com os pets na rua, facilita a ação dos criminosos. Em um grupo do Facebook, já foram computados mais de setenta animais levados por criminosos. Em outro, quase cinquenta. Nas redes sociais, pessoas que tiveram seus bichinhos roubados divulgam fotos e cartazes na tentativa de que alguém os reconheça e, assim, ajude a trazê-los de volta para casa.

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Andresa Henriques, presidente da Comissão de Proteção e Defesa Animal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na subseção de Santo Amaro, em São Paulo, diz que o crime mais comum atualmente são os roubos. “Os mais procurados são os filhotes e os cães com pedigree ou com raças específicas, como o Yorkshire, o Pug e o Lulu da Pomerânia [como também é conhecida a raça Spitz Alemão]. Eles são comercializados com mais facilidade”, explica ela. A venda geralmente acontece em feiras ilegais, onde os bichinhos são colocados em gaiolas minúsculas, expostos ao sol ou ao sereno durante horas, sem acesso à água ou à comida. É por isso que, além de furto ou roubo, o bandido pode responder por maus tratos a animais.

Quando não são vendidos em feiras, os pets aparecem oferecidos na internet. Neste caso, os criminosos ficam mais encobertos, e os animais costumam ser submetidos a condições ainda mais precárias, segundo o promotor Carlos Henrique Prestes Camargo, do Grupo Especial de Combate aos Crimes Ambientais e de Parcelamento Irregular do Solo (Gecap) do Ministério Público de São Paulo. “Na feira, eles [os bandidos] estão se arriscando a ser presos porque o animal não vai ter origem, não vai ter documentos e pode ser que a dona o reconheça. Já na internet, eles podem ser anônimos, diz Camargo.

A repercussão dos roubos e furtos de animais chamou a atenção dos parlamentares que atuam na área. O deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP) apresentou o projeto de lei 7853/2014. A ideia é proibir a venda de animais domésticos em sites da internet hospedados no Brasil, para coibir esses crimes, assim como os maus-tratos aos animais. A pena para quem descumprir a lei será de um a três meses de detenção e multa.

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