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Petrolão atinge cúpula do PT no Senado

Investigação sobre o trio Gleisi Hoffmann, Humberto Costa e Lindbergh Farias fragiliza bancada petista na Casa legislativa

Por Felipe Frazão 6 mar 2015, 23h37

Em situação delicada no Senado Federal com a crise entre o presidente da Casa, Renan Calheiros, e a presidente Dilma Rousseff, o PT terá agora mais uma dor de cabeça. As investigações do escândalo do petrolão atingiram em cheio a cúpula do PT no Senado, além de nomes estreitamente ligados ao núcleo financeiro do partido, como o atual tesoureiro nacional, João Vaccari Neto, e o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, influente arrecadador de campanhas eleitorais.

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O ministro Teori Zavascki, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta sexta-feira a abertura de inquérito contra três dos mais expressivos senadores petistas. Dois deles foram escolhidos nas eleições passadas para concorrer ao cargo de governador em seus Estados: a ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffman, no Paraná, e o ex-líder do movimento “caras pintadas” Lindbergh Farias, no Rio de Janeiro. O terceiro nome é o líder da bancada petista na Casa e ex-coordenador da campanha presidencial de Dilma Rousseff em Pernambuco, Humberto Costa.

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Os três serão investigados a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Todos serão intimados a prestar depoimentos. Contra Costa, a investigação versa sobre os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro; Gleisi e Lindbergh, por corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro, em concurso de pessoas. A acusação tem por base revelações dos primeiros delatores do petrolão na Operação Lava Jato, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.

O resultado só não foi pior para a bancada petista no Senado porque o senador Delcídio Amaral (PT-MS) não será investigado. Paulo Roberto Costa declarou, em acordo de delação premiada, que “ouviu dizer que Delcídio teria recebido valores supostamente ilícitos da empresa francesa Alstom, quando exercia função na Petrobras de diretor de Gás e Energia, entre 2001 e 2002”. O procurador-geral, no entanto, optou por arquivar o caso por considerar que a citação era “vaga” e que não havia provas – outro delator, o doleiro Alberto Youssef declarou que não tinha informações sobre o suposto envolvimento de Delcídio. Derrotado nas eleições para o governo estadual no ano passado, ele comemorou nas redes sociais o arquivamento das acusações contra ele: “Acabaram-se as mentiras, as injustiças, as hipocrisias… O bem sempre vence o mal. Eu voltei”.

Câmara – Além deles, serão investigados no âmbito do Supremo os deputados petistas José Mentor (SP), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e Vander Luiz Loubet (MS), por corrupção passiva qualificada e de lavagem de dinheiro, em concurso de pessoas. Também passou à condição de investigado o ex-deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP). Pesam contra ele as mesmas suspeitas que contra Loubet.

Além de ser investigado no STF, Vaccarezza também será alvo de dois inquéritos diferentes na primeira instância da Justiça Federal, no Paraná. De acordo com Paulo Roberto Costa, ele teria recebido 400.000 reais como propina por ter intermediado a contratação da empresa Sargeant Marine para fornecimento de asfalto à Petrobras. Costa também disse ter recebido propina – em ambos os casos, pagas em contas na Suíça. A Justiça Federal também vai apurar indícios de que Vaccarezza praticou crime de corrupção passiva colhidos nas investigações da Lava Jato. Ele teria recebido, em 2011, dinheiro ilícito “para saldar despesas de sua campanha eleitoral”.

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Finanças – O tesoureiro João Vaccari é alvo de inquérito, que também abarca parlamentares do PP, acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A investigação será conduzida no Supremo. Já Palocci, que segundo Paulo Roberto Costa e Youssef teria negociado a doação de 2 milhões de reais para campanha eleitoral de Dilma em 2010, será investigado no âmbito da 13ª Vara Criminal da Justiça Federal do Paraná, cujo titular é o juiz federal Sérgio Moro.

O PT emitiu uma nota em que repete a afirmação, cada vez menos crível, de que “todas as doações que recebe são legais e devidamente declaradas à Justiça Eleitoral”. No texto, o partido também afirma que, ao final do processo judicial, caso seja comprovada a culpa de algum integrante do partido, serão aplicadas punições previstas no Estatuto – as mesmas que foram completamente ignoradas durante o escândalo do mensalão. A nota possui ainda outro trecho de humor involuntário: “O PT se orgulha de liderar governos que combatem implacavelmente a corrupção”.

O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou ter recebido com “surpresa e indignação” a notícia de que será investigado por causa do esquema da Petrobras. A assessoria do petista divulgou uma nota em que assegura “a lisura de sua conduta e de sua vida pública” e diz que todas as doações que recebeu em campanhas eleitorais foram declaradas.

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