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Periferia de São Paulo poupa dobro de água do que área nobre

Gerente técnico do Idec diz que economia pode ser resultado da medida da Sabesp de reduzir a pressão de água à noite, o que acaba interrompendo o fornecimento em algumas regiões

Por Da Redação
29 ago 2014, 10h03

Comemorada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) em meio à crise hídrica de São Paulo, a redução do consumo de água pela população foi até duas vezes maior em bairros da periferia da capital, como Jaçanã, no extremo da Zona Norte, do que em áreas nobres, como os Jardins, na Zona Sul.

Segundo balanço divulgado nesta quinta-feira pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o gasto médio mensal com água por domicílio na região do Jaçanã, que inclui bairros como Edu Chaves, Vila Mazzei e Vila Gustavo, caiu 20,4% entre janeiro e junho, ou 2.930 litros, o melhor índice entre 27 regiões atendidas pela empresa. A área é atendida exclusivamente pelo Sistema Cantareira, que passa pela pior estiagem em oito décadas, e opera desde o mês passado apenas com água do chamado volume morto das represas. Nesta sexta, o manancial conta com apenas 11,3% da capacidade, já considerando o acréscimo da reserva profunda dos reservatórios.

Já a região que compreende os Jardins Paulista, Europa e América, na Zona Sul da capital – além de Alto de Pinheiros, Lapa e Perdizes, na Zona Oeste -, foi a que menos economizou água na cidade, apenas 7,4%, segundo a Sabesp. A redução foi de 1.440 litros por domicílio entre janeiro e junho. Essa região era integralmente atendida pelo Cantareira, mas no início do ano alguns bairros, como Alto de Pinheiros, passaram a receber água do Sistema Guarapiranga em razão da crise que atinge o maior manancial paulista. Segundo a Sabesp, em toda a cidade a economia média por domicílio foi de 2.520 litros no primeiro semestre.

Para a empresa, o resultado é fruto do programa de bônus lançado em fevereiro, que dá desconto de 30% na conta para quem reduzir o consumo em ao menos 20%. De acordo com a Sabesp, a economia da população em toda a Grande São Paulo responde por 30% dos cerca de 10.000 litros por segundo que deixaram de ser retirados do Cantareira no período.

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Medidas – Para o gerente técnico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumir (Idec), Carlos Thadeu de Oliveira, a economia pela população pode ser “forçada” em razão de uma outra medida operacional adotada pela Sabesp: a redução da pressão da água no período da noite. “O balanço mostra que bairros mais afastados e pobres economizaram mais. São nessas regiões que verificamos mais queixas de falta d�água. Não acredito que os ricos sejam menos sensíveis à crise. Penso que isso deva ser consequência do racionamento que está sendo feito em algumas regiões”.

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É o caso da assistente de produção Raquel de Morais Amendoeira, de 31 anos, que mora no Limão, na Zona Norte. Ela conta que reduziu o consumo de água e atingiu o bônus porque, desde o carnaval, a água não chega mais em sua residência a partir das 20 horas. “No meu caso, não tive escolha. Como não tem água quando chego da faculdade, deixei de tomar banho.”

Segundo a Sabesp, a redução da pressão da água na rede representa 20% da economia obtida na Grande São Paulo e não significa racionamento. A estatal afirma que só domicílios que não têm caixa d’�água como determina a norma técnica podem ficar sem água.

(Com Estadão Conteúdo)

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