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PCC cresceu 33% nos últimos quatro anos

Investigação do Ministério Público de São Paulo aponta que a facção criminosa tem 8.000 membros em atividade; em 2009, o número era de 6.000

Por Mariana Zylberkan
18 out 2013, 13h46

A maior investigação já feita pelo Ministério Público de São Paulo sobre a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) aponta que a facção criminosa ampliou em 33% o número de integrantes nos últimos quatro anos e dispõe, atualmente, de 8.000 membros ativos. De acordo com as investigações dos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em 2009, a estrutura do PCC tinha 6.000 pessoas.

O ingresso de cerca de 2.000 criminosos no PCC foi mapeado pelo Gaeco nos últimos anos. Os promotores investigaram a quadrilha por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, que resultaram na denúncia contra 175 pessoas acusadas de integrarem o crime organizado. Dessas, 60 estão soltas e 115 cumprem pena em presídios do país.

Os promotores solicitaram a prisão preventiva dos acusados, para evitar as chamadas “saidinhas” em datas comemorativas, mas a Justiça paulista negou o pedido, nesta quinta-feira. O juiz da 2ª Câmara de Direito Criminal Ivan Marques indeferiu o pedido por entender que a decisão não deveria ser monocrática, mas sim analisada por um colegiado. Foi a segunda derrota dos promotores. Em setembro, o juiz da Vara Criminal de Presidente Venceslau negou o pedido de prisão preventiva para catorze dos 175 acusados, além do envio de 35 presos que integram a cúpula da facção para o chamado RDD, o Regime Disciplinar Diferenciado, aplicado em presídios de segurança máxima no país. O juiz alegou ser “desproporcional, desnecessário, inadequado e inútil” o pedido de prisão preventiva baseado em escutas telefônicas realizadas num período de três anos.

Do total de 8.000 integrantes do PCC, pelo menos dois terços estão presos, de acordo com dados levantados pela investigação. As principais ordens executadas pelos criminosos partem da penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior paulista. As mensagens, segundo o Gaeco, são repassadas por visitantes dos presos e celulares infiltrados dentro da cadeia.

As investigações do Gaeco também confirmaram que o estado de São Paulo concentra a maior parte dos membros da facção criminosa, assim como as principais ações. Os promotores também mapearam a atuação do PCC nos estados de Mato Grosso e no Paraná. O MP identificou membros em ação, inclusive, fora no Brasil, em presídios no Paraguai e na Bolívia.

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Entre as principais fontes de receita da facção, está o tráfico de drogas, seguido pelo tráfico de armas e roubo. São realizadas também rifas e os membros são obrigados a pagar uma espécie de taxa todo mês para abastecer o caixa do crime organizado. No total, a facção criminosa movimenta 8 milhões de reais por ano, aponta a investigação.

Policiais – As escutas telefônicas feitas pelo Gaeco detectaram a participação de dezoito policiais nas ações do PCC; os oficiais estão sendo investigados pelas corregedorias das polícias Civil e Militar de São Paulo, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.

Ao todo, doze dos casos envolveriam policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) e delegacias de São Paulo e de Santo André, no Grande ABC. No caso da Polícia Militar, a maioria dos casos envolve homens de batalhões da Grande São Paulo, entre eles três tenentes da PM.

Na última terça-feira, o primeiro-tenente da PM Guilherme da Silva foi detido pela Corregedoria da PM depois de ter sido flagrado em uma interceptação conversando com um traficante. O oficial alegou em depoimento que estava fazendo uma investigação por conta própria. Na conversa com o bandido, o tenente se ofereceu para transportar drogas e fazer a segurança do traficante ligado ao PCC.

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