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Paulinho tenta acordão: o impeachment de Dilma pelo mandato de Cunha

Deputado ligou para líderes da oposição em busca de um acerto. Ele afirmou que Cunha estaria disposto a renunciar à presidência da Casa após abrir processo contra Dilma

Por Felipe Frazão 24 nov 2015, 18h10

No dia anterior ao movimento de cinco partidos para tentar forçar a saída do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do cargo, um dos maiores aliados do peemedebista, o deputado Paulinho da Força (SD-SP), procurou líderes da oposição para tentar um acordo com objetivo de poupar o mandato de Cunha.

Reunido com correligionários em São Paulo, Paulinho disparou telefonemas na noite da segunda-feira e na manhã desta terça. Dois dos líderes para os quais ele telefonou confirmaram o teor das conversas à reportagem, mas disseram ter rejeitado a abordagem.

A fórmula seria a seguinte: Cunha admitiria a abertura de um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff com base na denúncia dos juristas Miguel Reale Jr e Hélio Bicudo, obteria os votos necessários para o arquivamento do processo contra si no Conselho de Ética e depois renunciaria à presidência da Câmara, declarando-se impedido para conduzir o processo contra Dilma.

Dessa maneira, Cunha se livraria da cassação por quebra de decoro parlamentar e manteria seu mandato. Além disso, daria início ao processo contra Dilma, almejado pela oposição. O peemedebista negou que tenha envolvimento com as negociações. “Eu não participo de nenhum acordo e não discuti acordo com quem quer que seja. Comigo ninguém conversou nem autorizei ninguém a falar em meu nome sobre qualquer coisa. Se isso é verdade, propagaram uma mentira.”

Paulinho vem apoiando abertamente Eduardo Cunha, confiante de que ele aceitará o pedido de impeachment. A nova tese apresentada por ele, porém, inclui uma decisão que Cunha sempre rejeitou: a de renunciar à presidência da Câmara.

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A oposição iniciou um afastamento gradual de Cunha depois que ele apresentou a jornalistas os primeiros argumentos de sua defesa para as contas secretas nas quais manteve investimentos não declarados na Suíça. A oposição considerou a explicação de Cunha frágil e agora defende o afastamento dele do cargo.

Nesta terça, PSDB, DEM, PPS, Psol e Rede anunciaram que obstruirão as votações, abandonarão o colégio de líderes e levarão à Procuradoria-Geral da República uma representação com indícios de que Cunha usa o cargo em sua defesa pessoal e tenta interferir no funcionamento do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Os cinco partidos ainda contam com apoio informal de integrantes do PSB, PCdoB e PMDB, embora nenhuma das siglas tenha oficializado uma posição.

Ao mesmo tempo, o governo federal e o PT traçaram uma estratégia para poupar Cunha e Dilma e fazer avançar a pauta de votações de interesse governista. O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), defendeu Cunha abertamente na reunião de líderes desta terça. O petista disse que ele tem a legitimidade para continuar na presidência e pediu que pauta seja votada, conforme relato de dois líderes da base governista. “A Câmara não pode parar. A oposição quer paralisar o governo”, disse Guimarães.

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