Paralisação de policiais atinge 15 Estados e o Distrito Federal

A paralisação nacional dos policiais, convocada para esta quarta-feira, tem a adesão da Polícia Civil de quinze Estados e do Distrito Federal. Sergipe foi a 15ª unidade da federação a ter policiais na paralisação, segundo o presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), Jânio Gandra. Rio e São Paulo estão entre os Estados com policiais na mobilização. Até as 12h desta quarta-feira, a convocação feita para todas as forças policiais do país tinha efeito principalmente sobre as instituições civis – uma liminar impede a PF de aderir a paralisações. As decisões sobre a forma de participação são dos sindicatos locais.

Leia também:

Leia também: Policiais civis ameaçam fazer protestos durante a Copa

Nas delegacias que aderiram à paralisação, os policiais dizem só serão feitos registros de flagrantes e crimes violentos. Investigações e perícias também foram interrompidas. No Rio, foi adiada a reconstituição do assassinato do dançarino Douglas Rafael da Silva, o “DG” do programa Esquenta, da Rede Globo. A Chefia da Polícia Civil fluminense divulgou nota informando que mantém aberto o diálogo com a categoria. A instituição recomenda que registros de ocorrência sejam feitos ou agendados pela internet – a exceção são casos de roubos de carro e homicídios, que serão feitos pelas delegacias, apesar da paralisação.

Leia também:

Greve de policiais: proibidos de parar, policiais federais fazem assembleias

Segundo a Agência Brasil, que ouviu o sindicato dos investigadores e dos escrivães do Estado de São Paulo, apenas ocorrências graves serão registradas e não há previsão de manifestações pública dos oficiais. “Além da pauta nacional, estamos pedindo a modernização da polícia, investimentos em tecnologia e prioridade na área de investigação”, explicou secretário-geral do Sindicato dos Escrivães de Polícia do Estado de São Paulo, Heber Souza.

Seguindo Souza, a adesão foi maior em cidades do interior paulista. “Em cidades como Lins, Bauru, Assis, a categoria está bastante mobilizada. Na capital, [a adesão] não foi tão grande, mas sabemos de muitas delegacias que só estão recebendo ocorrências de natureza grave”, disse.

No Rio, haverá passeata às 14h. Em Brasília, no mesmo horário, policiais sairão da Biblioteca Nacional em direção ao Palácio do Planalto, onde pretendem protocolar um documento de reivindicações. No Distrito Federal, uma votação unânime de cerca de 2.000 policiais decidiu pela participação no ato. Gandra espera de 8.000 a 10.000 pessoas em uma passeata.

Leia também:

Governadores sob pressão: policiais planejam paralisação nacional na quarta-feira

Os Estados com paralisação confirmada são: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Amazonas, Pará, Paraíba, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rondônia, Bahia, Maranhão, Sergipe e Pernambuco. Por meio de nota, a Delegacia Geral de Polícia Civil de São Paulo afirmou que está em “processo de ampla negociação com os representantes das entidades de classe” para tentar evitar a paralisação. “Não estão sendo poupados esforços”, enfatizou. Mas a categoria se mantinha a firme na decisão até o início da noite.