Para PF, dinheiro apreendido no Pará compraria votos
PF investiga se o dinheiro apreendido em Parauapebas era para comprar votos
A Polícia Federal de Marabá investiga “fortes indícios” de que o dinheiro apreendido nesta terça-feira dentro de um avião monomotor no aeroporto de Carajás, em Parauapebas, no sudeste do Pará, seria usado na compra de votos na eleição do próximo domingo. No total, foram apreendidos 1,1 milhão de reais.
As investigações estão concentradas principalmente nas informações repassadas pelo juiz eleitoral Líbio Moura. A operação foi montada pela PF a partir de uma denúncia anônima recebida no final da semana passada pelo magistrado. Com o dinheiro apreendido, foram detidos um casal e o piloto da aeronave. O trio conduzia três mochilas abarrotadas de dinheiro.
Em depoimento ao delegado Antonio Carlos Beaubrumo, responsável pelas investigações, Rosangela Noronha Machado Braga, 36 anos, e o marido, Agnaldo Correia Braga, 37, disseram que estavam “prestando um favor” a um amigo ao levarem o dinheiro de Belém, onde foi sacado, para Parauapebas. Já o piloto, Lucas Silva Chaparra, 32, declarou que apenas conduzia a aeronave e não forneceu detalhes sobre a origem ou a quem se destinavam os valores.
O empresário João Vicente, proprietário da White Tratores, que presta serviços à prefeitura de Parauapebas, reafirmou que o dinheiro é dele e serviria para pagar funcionários de sua empresa. Durante a conversa, admitiu ter sido procurado por políticos que disputam a prefeitura para que “trocasse cheques”, mas que não chegou a realizar a transação. Vicente não revelou o nome dos supostos candidatos.
Ele informou que seus advogados estão reunindo “provas” para demonstrar que o dinheiro teria origem lícita e pedir a sua devolução. Por ordem de Moura, os valores foram apreendidos e depositados em um conta do Banco do Brasil à disposição da Justiça.
Para o juiz, seria “prematuro, precipitado e leviano” afirmar a quem seria destinado o dinheiro enquanto as investigações não forem concluídas pela PF. “Este dinheiro pode ser para milhares de coisas, pode ser um dinheiro lícito, então ninguém pode tirar conclusão alguma”, resumiu Moura. O piloto e o casal não chegaram a ser presos, segundo a PF. Depois de prestar depoimento eles foram liberados.
Beaubrum devolveu o avião apreendido ao empresário João Vicente, porque no aeroporto de Carajás não existe hangar para que ele ficasse recolhido à disposição da justiça. A devolução não prejudica as investigações, na avaliação da PF.
(Com Agência Estado)