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Para PF, compra do jato de Campos envolve ‘fantasmas’

Empresas sem lastro financeiro custearam o pagamento de uma dívida de 1,7 milhão de reais para a compra do Cessna Citation do ex-candidato do PSB

Por Da Redação
27 ago 2014, 09h16

Empresas sem lastro financeiro ou com endereços fantasmas custearam o pagamento de uma dívida de 1,7 milhão de reais para a compra do Cessna Citation usado por Eduardo Campos. São seis empresas e pessoas que fizeram transferências bancárias para a AF Andrade em troca do uso do jato, antes da compra ser efetivada e aprovada. Reportagem do site de VEJA publicada na quinta-feira mostrou que, embora a aeronave estivesse no nome do grupo AF Andrade, ela estava em processo de venda para os empresários pernambucanos João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira.

A Polícia Federal já tem em mãos os depósitos feitos e sabe que algumas das fontes pagadoras da compra seriam firmas fantasmas. Uma delas é a Geovane Pescados, em Recife. Outra é a Câmara e Vasconcelos, que depositou 159.000 reais.

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Em nota nesta terça-feira, o empresário João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho admitiu estar à frente do negócio com a AF Andrade e captou empréstimos para a quitar a dívida do financiamento. “Os valores recebidos foram para pagar parcelas vencidas do leasing do avião (…) para permitir que a Cessna, financiadora da aeronave, agilizasse a operação de venda”, afirmou. As suspeitas são que João Carlos Lyra, Apolo Santana Vieira e os demais envolvidos foram usados para ocultar a compra da aeronave, no valor de 8,5 milhões de dólares, com dinheiro de caixa 2 da campanha.

João Carlos Lyra é enteado do ex-senador e ex-deputado federal por Pernambuco Luiz Piauhylino Monteiro (PSB), aliado de Campos. Outros dois financiadores do negócio também divulgaram nota nesta terça. Um deles é filho de Piauhylino: o advogado Luiz Piauhylino Monteiro Filho. Ele diz ter emprestado a João Carlos Lyra 325.000 reais. Pelo contrato assinado entre eles, o dinheiro foi transferido no dia 14 de maio para a AF Andrade.

Por meio da mesma assessoria de imprensa usada por João Carlos Lyra, a empresa Ele Leite Ltda. – cujo nome ainda não havia sido citado na compra do jato – declarou ter emprestado 727.700 reais para o empresário. O dinheiro também foi transferido diretamente no dia 15 de maio para a A.F. Andrade.

O proprietário da Ele Leite, uma micro empresa do ramo imobiliário, é Eduardo Freire Bezerra Leite, conhecido como Eduardo Ventola. Em foto divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, no sábado, ele aparece com dois outros empresários de Pernambuco buscando o jato em Ribeirão Preto. As outras três financiadoras foram a Câmara e Vasconcelos, a RM Construções e a Geovane Pescados. Elas estão sediadas em endereços fantasmas.

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Leia no blog de Reinaldo Azevedo:

Um dado me parece incompreensível. Para que serve um debate? Entre outras coisas, para que candidatos expliquem eventuais incongruências entre teoria e prática. Acho estupefaciente que nem os adversários de Marina nem os jornalistas tenham tratado do que, a esta altura, pode e deve ser visto como um escândalo: o avião do PSB que voada no caixa dois. Marina foi usuária da aeronave, é a herdeira da candidatura do partido, pertence legalmente à legenda e está obrigada a dar explicações, sim.

Pois bem! Nesta terça, o partido emitiu uma nota oficial em que nada explica. Na prática, admite a existência do caixa dois. Mais de uma hora antes do início do debate, o Jornal Nacional levara ao ar uma reportagem da maior gravidade: uma rede de empresas fantasmas, com seus respectivos laranjas, está envolvida na compra do avião. Isso quer dizer que não se está mais falando apenas de crime eleitoral.

(Com Estadão Conteúdo)

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