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Para defesa, Demóstenes deve permanecer calado

Advogado de senador o aconselhou, nesta segunda, a não dar explicações sobre sua relação com Cachoeira até receber todo o inquérito sobre o caso

Por Luciana Marques
2 abr 2012, 18h17

A defesa do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) o aconselhou nesta segunda-feira a permanecer em silêncio até ter acesso a todo o inquérito que investiga sua relação com Carlos Cachoeira, chefe da máfia de caça-níqueis em Goiás. O advogado do senador, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, recebeu mais quinze volumes do caso nesta tarde e entregou o material pessoalmente a Demóstenes. O responsável pela liberação dos documentos é o relator da matéria, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski.

Segundo Kakay, no entanto, ainda faltam dois documentos. “Faltam duas mídias que estavam danificadas e eles estão tentando recuperar”, disse o advogado ao site de VEJA. “Demóstenes disse que falaria quando tivesse acesso ao processo e até agora não o recebeu com integralidade.” A expectativa era que Demóstenes desse explicações na tribuna do plenário do Senado nesta terça-feira. Mas, para o advogado, ele ainda não tem condições de prestar esclarecimentos sobre o caso. “Não tem como ele falar na tribuna, ele não conhece o processo”, disse. O advogado não quis comentar se Demóstenes deve deixar o DEM ou renunciar ao mandato de senador.

Após receber os conselhos do advogado, Demóstenes começou uma reunião com o deputado Ronaldo Caiado (GO), que é seu amigo. Logo depois, às 18h, o presidente do DEM, José Agripino Maia (DEM-RN), iniciou um encontro com o líder do DEM na Câmara, deputado ACM Neto (BA). As duas reuniões são para preparar uma terceira conversa, com todos eles, que deverá selar o destino do senador Demóstenes.

Ultimato – Demóstenes Torres passa o dia enclausurado em seu apartamento em Brasília, onde se encontrou com o advogado. Integrantes do partido pressionam o senador a deixar o DEM para evitar que as denúncias contra ele respinguem na imagem da legenda a seis meses das eleições municipais.

Mais cedo, Agripino Maia demonstrou-se indignado com a postura de Demóstenes. Em tom ríspido, Agripino reclamou que o senador até agora não deu explicações ao partido sobre as denúncias que pesam contra ele. “Não tenho contato com Demóstenes”, disse. “Ele não está se manifestando, então, nós precisamos ter uma conversa com ele hoje, que será uma conversa definitiva.”

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Indícios – A situação de Demóstenes Torres complicou-se ainda mais neste final de semana, com novos indícios de sua relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Gravações feitas com autorização da Justiça pela Polícia Federale obtidas com exclusividade por VEJA – demonstram que, entre Demóstenes e Cachoeira, existia uma sociedade de interesses mútuos – o contraventor dava presentes e dinheiro; o senador retribuía advogando em favor dos negócios do sócio.

Se não apresentar explicações até a noite desta segunda-feira, Demóstenes vai enfrentar um processo de expulsão do partido a partir de terça-feira. A expectativa no DEM é que o próprio senador peça seu desligamento da legenda.

Trasparência: Cachoeira, em gravação: ‘O Policarpo nunca vai ser nosso’

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