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Para Defesa Civil de Minas, Bento Rodrigues deve acabar

Coordenador do órgão afirmou que uma camada de até cinco metros de lama compacta cobre o vilarejo de Mariana (MG); ele também vai sugerir à população que não retorne ao local

Por Da Redação
11 nov 2015, 08h10

Se depender da Defesa Civil de Minas Gerais, os moradores de Bento Rodrigues, na cidade mineira de Mariana (MG), não retornarão às suas casas. O vilarejo foi o mais atingido na última quinta-feira pelos resíduos de minério de ferro que ficavam retidos nas barragens da empresa Samarco após elas se romperem. Ao menos seis pessoas morreram e 21 ainda estão desaparecidas.

Nesta terça-feira, o coordenador da Defesa Civil de Minas, coronel Helberth Figueiró de Lourdes, afirmou que, mesmo após encerradas as buscas por vítimas na região, vai recomendar que ninguém volte para o distrito. “Há quatro ou cinco metros de lama compacta em Bento Rodrigues. Mesmo se houver condições de os moradores voltarem, vou sugerir que isso não aconteça”, disse.

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Bento Rodrigues tinha aproximadamente 600 habitantes antes da tragédia. Foi fundado no século 18, no início da exploração de ouro que tinha Ouro Preto como principal centro. Se a recomendação da Defesa Civil for seguida, a localidade, que nasceu com a mineração do ouro, morrerá com a do minério de ferro.

A Mina da Alegria, nome dado ao complexo do qual faziam parte as duas barragens que ruíram, começou a ser explorada em 1992. O complexo tem reservas estimadas em 400 milhões de toneladas de minério de ferro. São retirados atualmente da mina 10 milhões de toneladas do metal por ano.

O coronel afirma que o mais importante no momento é saber como a empresa se posicionará em relação à indenização que será dada às famílias que perderam suas casas. “É preciso saber se receberão dinheiro, se serão adquiridas moradias em outros locais”, disse. Na segunda-feira, o Ministério Público do Estado de Minas Gerais informou que vai pedir à Justiça que determine o pagamento imediato de um salário mínimo para as famílias atingidas.

Espírito Santo – O governo do Espírito Santo decidiu multar a mineradora Samarco pelos danos causados pela “onda de lama” vinda das duas barragens, que se desloca em direção ao Estado por meio do Rio Doce. A multa será proporcional ao patrimônio da empresa, acrescida de valores calculados em cima dos danos, segundo a Secretaria de Meio Ambiente do Espírito Santo. De acordo com o secretário Rodrigo Júdice, a autuação será lavrada nos próximos dias.

Nesta terça, a Usina de Mascarenhas, em Baixo Guandu, no noroeste capixaba, abriu três comportas, como estratégia para diminuir os efeitos da enxurrada de lama. O Rio Doce registrou elevação de um metro, mas ainda sem levar sujeira. A manobra deve atrasar a enxurrada até sexta-feira.

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Para o Ministério Público do Espírito Santo (MPE-ES) a responsabilidade pelo incidente é totalmente da Samarco, diz a promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Defesa do Meio Ambiente, Isabela de Deus Cordeiro. “Nós entendemos que a responsabilidade não é dos municípios, tampouco do Estado. O município pode colaborar com informações, mas a responsabilidade por adotar uma postura de protagonismo é da mineradora. Para o MPE, essa lama já provocou um grande problema.”

Já o promotor de Justiça Marcelo Volpato destacou os estragos que a lama pode causa ao litoral do Espírito Santo quando desaguar no Oceano Atlântico. “Será um grande dano”, ressaltou.

A Samarco mantém a informação de que trabalha para minorar os danos e ajudar as vítimas. Anteriormente, a empresa já havia afirmado ter seguro para acidentes como o que aconteceu, mas ainda não detalhou valores.

(Com Estadão Conteúdo)

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