Passou longe da mera união partidária o empenho do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), em pedir votos para o novo líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani. Cada gesto de ajuda fez a diferença: o fluminense Picciani derrotou Lúcio Vieira Lima por 34 votos a 33. Para ajudar o conterrâneo, Paes não só ligou para representantes da bancada peemedebista como chegou a nomear para secretarias municipais dois deputados federais eleitos pelo PSD, Sérgio Zveiter e Alexandre Serfiotis. A manobra irritou o grupo de Vieira Lima porque permitiu que dois suplentes do PMDB, Marquinho Mendes e Celso Jacob, assumissem vagas na bancada fluminense e aumentassem a base de Picciani. Tanta dedicação tem explicação: o prefeito quer mesmo manter o colega de partido em Brasília. Paes e o deputado estão em rota de colisão na disputa pela prefeitura do Rio em 2016. Enquanto o primeiro tenta lançar o deputado Pedro Paulo (PMDB) para sucedê-lo, Picciani não abre mão de ser o candidato do partido. Só há uma solução admitida até agora pelos dois lados para evitar a disputa: a candidatura do ex-governador Sérgio Cabral. (Daniel Haidar, de São Paulo)