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Oposição pede que investigações no Esporte continuem

Para líderes de PSDB, DEM e PPS, saída de Orlando Silva era inevitável e não deve encerrar interesse pelo caso

Por Gabriel Castro
26 out 2011, 18h58

Com a confirmação da queda do ministro Orlando Silva, parlamentares de oposição afirmaram nesta quarta-feira que as investigações sobre os desvios no Esporte devem continuar. O líder do DEM, ACM Neto (BA), acredita que o caso não pode cair no esquecimento: “A saída não põe fim às irregularidades. É fundamental que os responsáveis paguem”, afirma.

Para o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), é preciso alterar o sistema de gestão, que privilegia o apadrinhamento e a divisão de cargos com critérios políticos: “Substituir o ministro sem alterar o modelo, que é de loteamento, não funciona”, avalia.

Máquina – O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), adota o mesmo discurso: “É essa máquina que tem de ser desmontada. O governo está podre”, diz ele. Já o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) foi direto: para ele, é preciso aprofundar as investigações sobre o governador do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz – ex-ministro do Esporte e ex-integrante do PCdoB. “Os depoimentos e as gravações telefônicas que estão na Justiça indicam que o petista é o grande operador desse esquema”, afirma o parlamentar. “O capo não é o Orlando Silva, o capo é o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. É esse o homem”,

Os líderes da oposição também cobram da presidente Dilma um substituto preparado. A princípio, ACM Neto não se opõe à escolha de mais um integrante do PCdoB. “O problema não é se o indicado é do PCdoB. O problema é quem vai ser indicado”, resume.

Solução – Orlando Silva deixou nesta quarta-feira o cargo de ministro do Esporte do governo Dilma Rousseff. Ele é o sexto ministro de Dilma Rousseff a deixar a equipe desde o início do mandato da presidente, em janeiro – e o quinto a cair por envolvimento em um esquema de corrupção. O anúncio oficial foi feito à noite pelo próprio Orlando Silva após reunião dele com a presidente Dilma e com o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, no Palácio do Planalto. “Fato nenhum houve que possa comprometer a minha honra e minha conduta ética”, afirmou o agora ex-ministro.

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O comunista voltou a dizer que não há provas contra ele e tachou as denúncias feitas pelo policial militar João Dias como um “ataque baixo” e uma “agressão vil”, mas admitiu o acirramento da crise política por causa das denúncias. “Decidimos que a melhor solução seria sair do governo para defender a minha honra”, disse, reafirmando o apoio ao governo Dilma apesar de seus desligamento do cargo. “Saio com o sentimento do dever cumprido”.

“Nós defendemos desde o primeiro momento nosso ministro porque ele é honesto, sincero e um jovem com grande capacidade”, disse Renato Rabelo, durante a entrevista coletiva.

A decisão de tirar Orlando Silva do governo já estava tomada desde a manhã desta quarta. Conforme noticiou a coluna Radar on-line, Orlando Silva era considerado desde cedo pelos colegas de partido e pelo governo um “cabra marcado para morrer”. Às 18 horas o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, confirmou que a demissão era inevitável.

Interino – Por enquanto, o Ministério do Esporte ficará a cargo de um interino, também filiado ao partido de Orlando Silva, o secretário-executivo da pasta, Waldemar Manoel Silva de Souza. Ele integra a direção estadual do PCdoB no Rio de Janeiro e foi o braço direito de Silva no ministério. Seguindo ordens do chefe, Souza constituiu uma Comissão de Sindicância em 24 de outubro para investigar as revelações de VEJA. O escândalo envolvendo Orlando Silva chegou a respingar no secretário-executivo. O policial militar João Dias Ferreira, que denunciou o esquema de corrupção na pasta, disse ter, entre as provas das irregularidades, o áudio de uma reunião de abril de 2008 que teve a presença de Souza e de outros três integrantes da cúpula do ministério.

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