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Operação Lava-Jato: força-tarefa do MP começa a funcionar hoje em Curitiba

Procuradores federais têm até o feriado de Tiradentes para oferecer denúncia contra os treze investigados atualmente presos na sede da PF no Paraná

Por Daniel Haidar
9 abr 2014, 12h04

A força-tarefa do Ministério Público Federal para denunciar os mais de trinta investigados na operação Lava-Jato começa a ganhar força nesta quarta-feira. Seis procuradores da República foram designados pelo procurador-geral, Rodrigo Janot, para formar um grupo especial e concentrar os trabalhos sobre o caso. O reforço é justificado pela complexidade das investigações e pelo prazo curto para oferecer denúncia: como treze dos investigados estão presos preventivamente, o Ministério Público precisa apresentar acusações criminais contra eles até o Feriado de Tiradentes, dia 21 de abril.

Procuradores de outros Estados, como Andrey Borges de Mendonça, de São Paulo, chegam a Curitiba nesta quarta-feira para participar da força-tarefa, baseada na sede da Procuradoria da República na capital paranaense. Além dele, compõem o grupo especial Januário Paludo, Orlando Martello Junior, Carlos Fernando dos Santos Lima, Diogo Castor de Mattos e Deltan Dallagnol. Eles serão responsáveis por avaliar as provas colhidas pela Polícia Federal contra Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e os doleiros investigados por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, corrupção e tráfico de drogas.

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O inquérito da Lava-Jato começou a ser fatiado nesta segunda-feira, quando o juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, determinou que sejam enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF) documentos sobre o envolvimento do deputado federal André Vargas (PT-PR) com o doleiro Alberto Youssef. Isso teve de ser feito porque o parlamentar tem foro privilegiado. Como mostrou VEJA, Vargas e Youssef trabalhavam de maneira coordenada para obter contratos para o laboratório Labogen, de propriedade do doleiro, com o Ministério da Saúde. Nas conversas telefônicas interceptadas com autorização da Justiça, Vargas informa que “vai atuar” em favor dos interesses do doleiro. A ajuda foi materializada em um contrato inicial de 30 milhões de reais firmado com a pasta.

Com o envio de parte do processo ao STF, caberá ao tribunal decidir pelo prosseguimento da investigação sobre as relações do petista com o doleiro. A Polícia Federal apura a prática de crimes financeiros, corrupção e lavagem de dinheiro. Apenas a parte relacionada ao deputado será enviada ao STF, em até dez dias. Moro decidiu dar continuidade, na Justiça Federal do Paraná, às investigações sobre “supostos crimes de evasão de divisas, corrupção de empregado público da Petrobras e crimes de lavagem de dinheiro (até de produto de tráfico de drogas)”.

Mas, com o envolvimento de Vargas, o advogado de Youssef, Antônio Figueiredo Basto, diz que vai tentar enviar toda a parte de seu cliente ao STF. Recursos do gênero costumam atrasar o andamento de processos, mas Figueiredo Basto nega que seja esse seu objetivo. Youssef é o pivô de um dos processos criminais abertos como consequência da operação Lava-Jato – há um procedimento para cada doleiro apontado como líder de uma organização e chefe de um esquema (como também Raul Srour, Nelma Kodama e Carlos Habib Chater). “Queremos que o Supremo Tribunal Federal fique com toda a investigação em relação a Alberto Youssef, porque existe uma conexão temática de prova com o envolvimento do deputado André Vargas. Se existia influência do parlamentar em favor do laboratório Labogen e se ele era sócio da empresa, todas as acusações contra Youssef têm de ser encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal”, afirmou o defensor do doleiro.

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