Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Offshore alvo da Lava Jato é investigada pela Justiça de Nevada

A empresa Mossack Fonseca tem relação com dois argentinos acusados de desviar milhões de dólares em contratos com empresas estatais durante os governos dos ex-presidentes Kirchner

Por Da Redação
1 fev 2016, 08h35

Alvo da mais recente fase da Operação Lava Jato, a companhia panamenha Mossack Fonseca é investigada pela Justiça do Estado americano de Nevada por sua relação com dois argentinos acusados de desviar milhões de dólares em contratos com empresas estatais durante os governos dos ex-presidentes Néstor e Cristina Kirchner. O caso foi iniciado em 2013 pelo NML Capital, um dos fundos chamados de “abutres” pela ex-mandatária argentina. O grupo não participou da reestruturação da dívida argentina realizada depois da crise de 2001 e iniciou uma busca de ativos ao redor do mundo para receber seu crédito de 1,7 bilhão de dólares.

“O NML demonstrou suspeita razoável para acreditar que os Kirchner e [Lázaro] Báez estão ou estavam em posse de ativos da Argentina e que Báez controla entidades em Nevada que possuem informações relativas a esses ativos”, disse o juiz Cam Ferenbach em decisão proferida no dia 16 de março de 2015. As “entidades de Nevada” a que ele se refere são 150 empresas de fachada abertas pelo braço da Mossack Fonseca em Nevada, a M.F. Corporate Services. Todas têm o mesmo endereço e teriam sido estabelecidas para receber recursos desviados por Báez e Cristobal López com a conivência dos Kirchner.

Leia mais:

Justiça libera dois presos da Operação Lava Jato

Instituto Lula confirma visita de ex-presidente a imóvel no Guarujá, mas nega propriedade

Continua após a publicidade

Báez e López são empresários que prosperaram graças a contratos com o Estado durante a gestão dos dois ex-presidentes. A NML sustenta que o dinheiro foi “lavado” pelas empresas de fachada abertas pela M.F. Corporate em Nevada e foi à Justiça para receber informações sobre os recursos.

O esquema é parecido ao que teria sido utilizado na Petrobras. Na semana passada, o juiz federal Sergio Moro expediu mandados de busca e apreensão nos endereços da Mossack Fonseca em São Paulo. “No curso das investigações, foi constatado que diversos agentes envolvidos no esquema criminoso que vitimou a Petrobras teriam utilizado os serviços da empresa Mossack Fonseca & Corporate Services para abertura de empresas offshores, posteriormente utilizadas para ocultar e dissimular o produto do crime de corrupção”, escreveu o magistrado na decisão.

O juiz americano Ferenbach manifestou posição semelhante: “A Mossack Fonseca & Co. é conhecida por incorporar empresas de fachada e lavar dinheiro”.

A nova etapa da Lavo Jato, Triplo X, também investiga a suspeita de utilização do Condomínio Solaris, no Guarujá, litoral paulista, para o pagamento de suborno. Um dos imóveis, o 163B, é de propriedade de uma offshore aberta pela Mossack Fonseca, a Murray Holdings. Ele fica na torre vizinha ao do tríplex 164A, que a Polícia Federal investiga se é de propriedade do ex-presidente Lula.

Continua após a publicidade

“Nem todos os clientes da Mossack Fonseca são criminosos, mas se você é um criminoso, essa é uma das primeiras empresas com a qual falará”, disse o jornalista americano Ken Silverstein, que investigou a empresa durante oito meses em 2014. “Eles são uma das principais firmas do mundo especializadas em abrir empresas de fachada para ajudar pessoas a esconder dinheiro e seus clientes incluem notórios gangsters, criminosos e ditadores.”

Entre os que usaram os serviços da Mossack Fonseca, foram identificadas pessoas ligadas ao dirigente sírio Bashar Assad, ao ex-ditador líbio Muammar Gaddafi e ao presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe. “Todo mundo conhece a Mossack Fonseca no mundo da lavagem de dinheiro”, afirmou o jornalista.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.