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Obra na Billings não evita captação de água poluída

Na semana passada, governo de SP desistiu de usar água poluída do corpo central do manancial, mas alternativa recebe esgoto do Rio Pinheiros

Por Da Redação
24 mar 2015, 09h03

A obra de emergência definida pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para socorrer o Sistema Alto Tietê durante os meses de seca e evitar o rodízio oficial não impedirá a captação de água poluída da Billings. Isso porque a empresa vai superexplorar um pequeno braço do manancial que está diretamente ligado ao corpo central da represa e também recebe o esgoto do Rio Pinheiros, localizado na Zona Sul da capital paulista.

O objetivo dessa obra, segundo a Sabesp, é transferir 4.000 litros por segundo do Braço Rio Pequeno da Billings para o Braço Rio Grande, o trecho limpo do reservatório, de onde a estatal pretende enviar o mesmo volume de água para a Represa Taiaçupeba, em Suzano, onde fica a estação de tratamento do Sistema Alto Tietê. Com isso, a empresa espera reduzir mais a dependência da Grande São Paulo do Sistema Cantareira, o manancial mais crítico.

O plano da Sabesp é que as duas obras fiquem prontas ao mesmo tempo, até julho. Embora o Sistema Rio Grande estivesse na terça-feira com 98,3% da capacidade, técnicos da companhia afirmam que, sem o reforço do Braço Rio Pequeno, poderia secar em poucos meses. Isso porque tem apenas 112 bilhões de litros de capacidade, 10% de toda a Billings, e fornece hoje 5.000 litros por segundo para atender 1,2 milhão de pessoas na região do ABC.

A ideia inicial da Sabesp era transferir água diretamente do corpo central da Billings para o Rio Grande, pela barragem Anchieta, que fica sob a rodovia que liga a capital ao litoral sul, em São Bernardo do Campo. O bloqueio foi construído na década de 1980 justamente para evitar que o esgoto despejado do Rio Pinheiros na Billings contaminasse o braço onde a Sabesp faz captação. A medida motivou críticas de ambientalistas e aumentaria o custo de tratamento da água.

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Sem barragem – Na semana passada, a companhia desistiu do plano inicial e decidiu simplificar a obra do Rio Pequeno e ampliar a captação para concluí-lo a curto prazo. O projeto original dessa interligação proposto no Plano da Macrometrópole Paulista, concluído pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) em 2013, após cinco anos, previa o barramento do braço Rio Pequeno e ligação com o Rio Grande por túnel, com a transferência de 2.200 litros por segundo por gravidade. O custo estimado era de 46 milhões de reais.

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Agora, no novo projeto, a Sabesp abriu mão de separar o Rio Pequeno do corpo central da Billings e fará a transferência de 4 mil litros por segundo por meio de uma adutora, o que vai causar gasto de energia elétrica. Segundo técnicos do governo consultados pelo Estado, essa medida fará com que a água do corpo central da represa, de baixa qualidade, invada o braço até agora preservado. Com isso, o custo caiu para 20 milhões de reais.

Segundo a Sabesp, o processo de captação de água do Rio Pequeno é semelhante ao que já é feito no Braço Taquacetuba, situado na zona sul da capital paulista, que também está diretamente ligado ao corpo central da Billings. Desse braço, a Sabesp transfere cerca de 4 mil litros por segundo para a Represa do Guarapiranga. A operação teve início em 2000, quando esse sistema secou e a Sabesp teve de adotar rodízio por três meses. Segundo a companhia, essa água sempre foi usada com “extremo cuidado” e com monitoramento permanente.

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(Com Estadão Conteúdo)

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