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Eduardo Campos, um socialista com métodos capitalistas

O candidato do Partido Socialista tinha uma visão do Brasil do futuro bem plantada nos métodos de gestão capitalistas. Na entrevista a seguir, concedida três dias antes de sua morte trágica, ele explicou suas posições

Por Kalleo Coura 16 ago 2014, 17h39

Qual o caminho para um Brasil melhor? Ele passa por uma agenda que dê mais qualidade de vida à população, aumente a produtividade da economia, leve para o serviço público a compreensão clara de que o estado brasileiro não existe para se servir da sociedade, e sim para servi-la. Hoje, a sensação de quem vive no Brasil é a de que paga um hotel cinco estrelas e se hospeda numa barraca de camping.

O senhor é socialista? Claro que sou socialista. Mas à medida que o mundo avança, o socialismo vai tendo releituras. O que é ser socialista no século XXI, no Brasil de hoje? É defender a educação em tempo integral, um sistema de saúde pública que funcione, uma política de segurança que proteja jovens e negros da periferia, passe livre e um sistema de transporte público de qualidade.

É também uma “progressiva socialização dos meios de produção”, como consta do programa do partido? Lá tem coisas até mais duras do que isso. Esse manifesto é de 1947, quando o mundo e o partido eram outros. Não é a visão do partido em 2014 – ele mudou inclusive para se manter coerente com sua luta. Hoje o PSB governa vários estados e municípios em uma nação capitalista, onde prevalecem a propriedade privada e a livre iniciativa. Nós defendemos a humanização do país.

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E onde se encaixa o sistema de meritocracia aplicado no seu governo? Em tese, ele não tem nada a ver com socialismo. Eu entendo que sim, isso é ser socialista. Gerir bem a coisa pública é essencial para os mais pobres. Administrar o dinheiro público de maneira a evitar desperdício, premiar quem cumpre metas, isso é ser socialista. Eu estudei, pesquisei e instituí em Pernambuco um modelo de gestão profissional no qual acredito piamente.

São posições que não combinam muito com as de seu avô, Miguel Arraes. Nós nascemos em tempos sociais muito diferentes. Meu avô no sertão, no início do século XX, e eu na cidade, em 1965. Cada um ganhou as marcas do seu tempo. Mas nós tivemos uma relação muito próxima durante uma fase importante da minha formação, da adolescência até ele morrer. Com ele aprendi a ter disciplina, determinação e coragem.

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