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“O ídolo dele era o pai”, afirma antigo vizinho

No fim do ano passado, menino Bernardo manifestou o desejo de morar com o casal Carlos e Juçara Petry, com quem costumava ficar duas vezes por semana

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 17 abr 2014, 20h54

“Dócil, meigo, inteligente e vidrado no pai”. É assim que o menino Bernardo Boldrini, de 11 anos, encontrado morto nesta segunda-feira no interior do Rio Grande do Sul, foi descrito pelo casal que o acolhia pelo menos duas vezes por semana nos últimos anos. À Justiça gaúcha, Bernardo chegou a manifestar o desejo de ser adotado por Carlos José Petry e Juçara Ribeiro Petry, antigos vizinhos de sua família em Três Passos (RS). Segundo o casal, porém, o sonho de Bernardo era receber atenção do pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini. Órfão da mãe, morta em 2010, Bernardo morava com o pai e a madrasta, Graciele Boldrini. Os dois estão presos, suspeitos do crime, assim como a assistente social Edelvania Wirganovicz, amiga deles. O pai nega.

“O ídolo dele [Bernardo] era o pai. Ele passava bastante tempo conosco, por isso nos indicou para cuidarmos dele. Mas quem ele queria mesmo era o pai”, disse Petry ao site de VEJA.

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No fim do ano passado, Bernardo procurou a Justiça gaúcha para relatar que não recebia afeto do pai e que era agredido verbalmente pela madrasta. Em audiência com o juiz, o pai reconheceu que passava muito tempo no trabalho e propôs uma reconciliação com o garoto. Segundo Petry, o garoto ficou “irradiante, muito feliz” com a possibilidade de reaproximação. “Às vezes, ele chegava a nossa casa e dizia que o pai estava muito ocupado, salvando vidas no consultório”, relata Petry.

O empresário e sua esposa, donos de uma confecção no interior gaúcho, conheciam Bernardo desde pequeno. Eles acompanharam o crescimento do menino, desde a época em que a mãe dele, Odilaine Uglione, era viva. Ela morreu com um tiro na cabeça em fevereiro de 2010. O inquérito policial concluiu que ela se suicidou aos 32 anos.

“Quando a mãe morreu, ele se afastou um pouco da gente. Ela cuidava muito bem dele. Mas depois ele voltou a frequentar nossa casa. Passava pelo menos dois dias por semana com a gente”. Quando não estava estudando, Bernardo gostava de passar o tempo livre cozinhando com Juçara. “Ele a acompanhava em todo lugar. Ficavam preparando pães e bolos na cozinha. Às vezes, eu também o levava para pescar”, disse Petry.

Chocado com a tragédia, Petry diz não se conformar com o que aconteceu e evita acusar alguém pelo crime. “Ele nunca falou mal dos pais. Só dizia que o pai estava sempre trabalhando”, disse. O casal acompanhou Bernardo em sua primeira comunhão em janeiro deste ano. O pai não estava presente. Uma foto em que aparece o menino com o casal na igreja foi publicada no perfil do Facebook de Bernardo.

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Morte – Na última semana, o garoto foi dado como desaparecido pelo pai. A Polícia Civil passou a investigar o paradeiro e chegou à assistente social Edelvania Wirganovicz, que apontou o local onde haviam enterrado a vítima, um matagal próximo a um riacho em Frederico Westphalen (RS), a 80 quilômetros de Três Passos. Depois disso, os investigadores encontraram indícios de que a madrasta e a assistente social estiveram com o menino na cidade em 4 de abril – mesmo dia de sua morte, segundo a certidão de óbito.

O crime chocou a pequena cidade de Três Passos. Nesta quarta-feira, a casa, onde morava o garoto com o pai e a madrasta, amanheceu com cartazes pendurados no portão. Neles, estavam escritos mensagens de solidariedade e pedidos de justiça.

“Nós até agora não entendemos o que aconteceu. Perdemos alguém que amávamos muito. O que podemos dizer agora é que com a gente Bernardo era muito amado”, disse Petry.

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