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Novo vídeo mostra deputada recebendo dinheiro no DF

Jaqueline Roriz, filha do ex-governador Joaquim Roriz, teria sido beneficiada por esquema operado por Durval Barbosa, que derrubou José Roberto Arruda

Por Gabriel Castro
4 mar 2011, 19h20

A cena parece repetida, mas é inédita: a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) aparece recebendo dinheiro de Durval Barbosa, então presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) e operador do esquema de corrupção na capital do país, em vídeo divulgado nesta quinta-feira. A protagonista das cenas é filha do ex-governador Joaquim Roriz (PSC). As imagens são de 2006, quando Jaqueline era pré-candidata a deputada distrital pelo PSDB, e o cenário é o mesmo de outras cenas famosas, como a da então deputada distrital Eurides Brito (PMDB) colocando dinheiro na bolsa ou a de Leonardo Prudente (ex-DEM), que, na época, era colega de Eurides, escondendo nas meias maços de dinheiro: o escritório de Durval na Codeplan.

O roteiro também não varia muito: o vídeo mostra Jaqueline entrando na sala acompanhada do marido, Manoel Neto. Ele aparece recebendo os maços com notas de 50 reais das mãos de Durval. Antes disso, no entanto, Neto pede que Durval aumente o pagamento. O presidente da Codeplan pede que um funcionário consiga “de três a cinco” mil reais. “Eu preciso de cinco, por favor”, diz Neto.

É o marido de Jaqueline quem coloca o dinheiro em uma mochila. A herdeira de Roriz cobra de Durval um auxílio para a “estrutura” da pré-campanha. Depois, ela e o presidente da Codeplan discutem o pagamento de cinco funcionários que a candidata empregava em sua equipe. Durval diz que o dinheiro recém-entregue pode ser usado para esse fim.

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No vídeo revelado nesta sexta-feira, a filha de Joaquim Roriz se queixa da falta de recursos e pede que Durval aumente os repasses: “Você vê a possibilidade de você aumentar para mim?” Jaqueline diz que Durval “foi o único” que ajudou. Depois cita pessoas que teriam prometido auxiliar na campanha, mas não enviaram o dinheiro – entre eles, ” o Rogério da CEB”. Na época, o presidente da Companhia Energética de Brasília (CEB) era Rogério Villas Boas, aliado de Joaquim Roriz, que governava o Distrito Federal.

Ao todo, o vídeo tem pouco menos de três minutos. A assessoria de Jaqueline Roriz ainda não se pronunciou sobre as imagens. Na Câmara dos Deputados, o PSOL já anunciou que pedirá o afastamento de Jaqueline da Comissão da Reforma Política, onde a deputada é titular.

Homem-bomba – Durval Barbosa, responsável pela filmagem, é dono da videoteca mais explosiva do Brasil. Suas gravações desfizeram a cúpula do poder no Distrito Federal em 2009, com a Operação Caixa de Pandora. Mas, na época, ele havia poupado Joaquim Roriz e centrado fogo no então governador José Roberto Arruda e seus aliados. Os dois eram favoritos para a eleição que viria no ano seguinte e interessava a Durval livrar o caminho para Roriz – que, por causa da Lei da Ficha Limpa, foi retirado da disputa. No fim, o petista Agnelo Queiroz saiu-se vitorioso, apesar de Roriz ter sido substituído pela mulher, Weslian (PSC).

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Com a revelação do esquema, José Roberto Arruda, favorito nas eleições de 2010, acabou preso por envolvimento na tentativa de suborno de uma testemunha do caso. Ele perdeu o mandato com base na Lei da Fidelidade Partidária, porque deixou o partido sem justificativa. Leonardo Prudente (ex-DEM) e Júnior Brunelli (ex-PSC) renunciaram para fugir da cassação. Eurides Brito (PMDB) foi cassada. O vice-governador, Paulo Octávio (ex-DEM) também abriu mão do cargo. Outros nomes citados nas investigações, como Benedito Domingos (PP) e Rôney Nemer (PMDB) conseguiram se reeleger e continuam na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

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