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Comissão investigará antigos centros de tortura no Rio

Grupo diz que existência desses locais em que presos políticos eram vistos pela última vez foi mais acentuada neste estado do que nos demais

Por Da Redação
14 ago 2012, 18h23

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) priorizará no Rio de Janeiro a investigação dos centros de tortura e assassinato – como a Casa da Morte de Petrópolis – que foram mantidos clandestinamente pela repressão política no estado, informou nesta terça-feira um dos integrantes da CNV, Paulo Sérgio Pinheiro. Segundo ele, a existência desses locais, onde muitos presos políticos foram vistos com vida pela última vez antes de desaparecer, foi mais acentuada no Rio do que em outros estados. “Em cada local, teremos algum ponto com mais relevância (para investigação)”, completou Pinheiro, que participou com os conselheiros José Paulo Cavalcanti e Rosa Cardoso da assinatura de termo de cooperação com a Seccional Rio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

A OAB-RJ também criou a sua Comissão da Verdade, mas com foco mais específico: o setor Judiciário. Com o termo, os resultados das investigações feitas pelo grupo da Ordem serão encaminhados à CNV. “Oficializamos aqui o compromisso de repassar à CNV tudo o que apurarmos sobre as arbitrariedades cometidas pela Justiça Militar e pelo Ministério Público Militar no período de 1964 a 1985”, explicou o presidente da OAB/RJ, Wadih Damous. “Não precisávamos criar um grupo para exercer o mesmo trabalho do governo federal. Vamos nos ater à nossa área”. Pinheiro elogiou a iniciativa. “O simbolismo dessa cooperação é imenso”, disse. Rosa afirmou que os depoimentos colhidos pela OAB certamente serão aproveitados no trabalho final da Comissão Nacional da Verdade.

Na segunda-feira, a OAB do Rio entregou à CNV cópias de depoimentos ouvidos por sua Comissão da Verdade. Um deles é o de César Benjamin, preso aos 17 anos, mas considerado pela Justiça Militar como tendo idade mental de 35 anos, o que justificou sua prisão e condenação como adulto. Uma audiência pública, realizada no auditório da Ordem, foi marcada por depoimentos emocionados de ex-presos políticos e de familiares de desaparecidos, que manifestaram ceticismo em relação à CNV e exigiram que suas audiências sejam públicas, não em sigilo. Integrantes da CNV, como Pinheiro e Maria Rita Kehl, reagiram em defesa de seu trabalho. Outro membro, José Carlos Dias, disse que o sigilo será necessário em algumas apurações, para não atrapalhar as investigações.

(Com Agência Estado)

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