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No Rio, Dilma promete “não decepcionar” em relação ao Código Florestal

Secretário de meio ambiente do Rio e ex-ministro, Carlos Minc afirma que presidente prometeu "não romper compromissos". "Entendi que ela vai tomar medidas", disse

Por Da Redação 26 abr 2012, 14h09

Em visita ao Rio de Janeiro nesta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff passou ao largo de temas espinhosos como o Código Florestal e a CPI do Cachoeira. O evento, com a presença do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes, era uma comemoração à marca de um 1,5 milhão de beneficiários do Plano Brasil Sem Miséria, através do programa fluminense Renda Melhor e do Cartão Família Carioca, da prefeitura. Ao fim do discurso, quando questionada sobre o Código Florestal, Dilma deu apenas um sorriso. Em entrevista ao final do evento, o secretário estadual de Meio Ambiente e ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que Dilma lhe prometeu “não decepcionar”.

Minc defendeu abertamente o veto ao texto do relator Paulo Piau (PMDB-MG), aprovado na quarta-feira pela Câmara por um placar que configurou uma nova e fragorosa derrota do governo: 274 a 184. Em maio de 2011, a proposta do Código Florestal foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados e, seis meses depois, recebeu o aval dos senadores. Como o texto foi alterado no Senado, teve de retornar para uma nova votação dos deputados.

O projeto define a parte da vegetação que deve ser recomposta para que sejam regularizados agricultores que desmataram. O texto também detalha o tipo de atividade permitida nas áreas em que a vegetação foi retirada. O texto aprovado retira, por exemplo, um item que tornava necessária, na construção de novos ajuntamentos urbanos, a manutenção de vinte metros quadrados de vegetação por habitante. A proposta também dá mais liberdade aos estados para definirem as normas ambientais.

O secretário fez bravata sobre as chances de veto e, também, sobre sua participação no processo de convencimento da presidente. Disse que sugeriu a Dilma o veto de 25 a 30 pontos, que poderiam ser substituídos por uma medida provisória. “Coloquei-me à disposição dela e disse que estou em contato com a ministra Izabela (Teixeira, do Meio Ambiente). Falei que estávamos ansiosos e com grande expectativa em relação à atitude dela. Ela sorriu, disse que não ia nos frustrar, que honraria os compromissos dela e que tomaria medidas”, afirmou Minc, que interpretou a atitude da presidente como sinal de que ela vetará o texto aprovado na Câmara. “Com risinho, cúmplice, maroto e solidário, me falou: ‘Pode contar, vamos atuar, não vai haver contradição entre o Código e os compromissos que assumimos, não vamos decepcionar'”.

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Para o secretário, alguns pontos podem ser entendidos como uma anistia aos desmatadores e, por isso, deveriam ser vetados. “Desobrigam o desmatador a recompor as áreas desmatadas. Isso dá ideia de que o crime compensa”, afirma. “O Brasil no passado ganhava prêmio motosserra, prêmio fóssil. Depois que conseguimos reduzir pela metade o desmatamento da Amazônia e o Brasil foi o primeiro pais em desenvolvimento a adotar metas de redução de emissão de carbono, o Brasil passou a ganhar prêmio de pais amigo do planeta. Não podemos pôr esse patrimônio a perder com uma lei que desprotege nossas florestas. Passaram a motosserra no código ambiental e a presidente Dilma não permitirá que isso aconteça dessa forma”, disse.

Na tarde desta quinta-feira, a presidente visitará o pequeno município de São João da Barra, no norte fluminense, para conhecer as obras do Porto do Açu, megaempreendimento do empresário Eike Batista.

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