No presídio do horror, rebelião termina com preso morto e monitor baleado
Maior complexo prisional do Maranhão, famoso pelas mortes bárbaras por esquartejamento e decapitações, foi palco de mais uma rebelião
Por Eduardo Gonçalves e Felipe Frazão
4 set 2014, 16h04
(Atualizado às 18h30)
Um funcionário terceirizado foi baleado e um detento foi morto nesta quinta-feira durante uma rebelião no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão. Segundo a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária do Estado (Sejap), o preso Thiago Costa dos Santos, de 25 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu nesta tarde. Outros três ficaram feridos, mas passam bem. Já o monitor Izaque Willis Giust levou um tiro no peito, que perfurou o seu pulmão, e passou por procedimento cirúrgico – no momento, o seu quadro de saúde é estável. No meio do motim, o preso Lucas Daniel Ribeiro Maranhão conseguiu fugir. A polícia faz buscas na região para encontrá-lo. A situação no presídio foi controlada após a chegada do Batalhão de Choque da Polícia Militar e do Grupo Especial de Operações Penitenciárias.
Desde o começo da semana, foram registrados tumultos no complexo: na segunda-feira, um grupo de detentas da ala feminina iniciou uma greve de fome; na quarta, presos queimaram um colchão. Após os tumultos, representantes do governo estadual foram até o presídio para ouvir as reivindicações dos detentos. No último domingo, a secretaria informou que abriu uma sindicância para apurar a denúncia de que o diretor do complexo, Salomão Costa, emprestou um celular para um preso telefonar para a família.
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Só neste ano, quatorze presos foram encontrados mortos no presídio – segundo a secretaria, alguns se suicidaram e houve um caso de esquartejamento. Também foram registrados ao menos dezessete casos de fuga – em um deles, quatro detentos escaparam por um túnel escavado no chão de uma cela. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sessenta presos foram assassinados em Pedrinhas no ano de 2013.
O presídio ganhou notabilidade no início deste ano por ter sido palco de barbáries entre brigas de facções rivais. Imagens e vídeos feitos pelos próprios detentos mostram encarcerados sendo decapitados e esquartejados. A crise chegou ao ápice quando líderes das facções deram ordens de dentro do presídio para realizar uma série de ataques na capital maranhense – uma menina, de 6 anos, morreu queimada em um ônibus.
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