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‘Não era herói, era traficante’, diz ex-ministra de Direitos Humanos sobre brasileiro executado

Deputada petista Maria do Rosário reagiu no Twitter ao interesse provocado pelo destino das cinzas de Marco Archer, fuzilado no sábado na Indonésia

Por Da Redação
19 jan 2015, 06h57

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos do governo Dilma Rousseff, se manifestou na tarde deste domingo sobre o interesse provocado pelo local para onde serão levadas as cinzas do brasileiro Marco Archer, fuzilado na Indonésia no sábado. E afirmou: “Ele não era herói, era traficante”.

A reação da ex-ministra foi externada no Twitter. Antes de salientar que o brasileiro não era herói, a deputada afirma que foi contra a execução e que “é contra a pena de morte”.

O corpo de Archer foi cremado no país asiático e as cinzas, levadas para o Rio de Janeiro pela advogada Maria de Lurdes Archer Pinto, tia dele. Única parente viva do brasileiro condenado à morte por tráfico de drogas, Maria de Lurdes esteve com Marco Archer antes da execução.

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Após o fuzilamento do brasileiro, a presidente Dilma Rousseff se disse “consternada” e “indignada” e convocou para consultas o embaixador do Brasil em Jacarta. No meio diplomático, a medida representa uma espécie de agravo ao país no qual está o embaixador. Já o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que a execução causa “uma sombra” na relação entre o Brasil e a Indonésia. Em nota, a organização não governamental Anistia Internacional considerou um “retrocesso” a execução de Marco Archer e de mais cinco traficantes de drogas pela Indonésia. Eles são os primeiros presos executados desde que o presidente Joko Widodo assumiu o cargo.

“Este é um retrocesso grave e um dia muito triste. A nova administração tomou posse prometendo fazer dos direitos humanos uma prioridade, mas a execução de seis pessoas vai na contramão desse compromisso”, disse o diretor de Pesquisa sobre a Região do Sudeste Asiático e Pacífico da Anistia Internacional, Rupert Abbott.

O carioca Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi o primeiro brasileiro executado por crime no exterior. Ele foi preso em agosto de 2003, quando tentou entrar na Indonésia, pelo aeroporto de Jacarta, com 13,4 quilos de cocaína escondidos em uma asa-delta desmontada em sete bagagens. Ele conseguiu fugir do aeroporto, mas foi localizado após duas semanas, na Ilha de Sumbawa. Archer confessou o crime e disse que recebeu 10.000 dólares para transportar a cocaína de Lima, no Peru, até Jacarta. No ano seguinte, ele foi condenado à morte.

Fuzilamento – Um grupo de doze policiais da elite da Polícia indonésia é destacado para fuzilar cada condenado à pena de morte na Indonésia. Neste sábado, o país executou seis condenados – quatro homens e duas mulheres, entre eles o brasileiro Marco Archer Moreira. Cada condenado é amarrado vendado ou encapuzado a uma estaca. O primeiro grupo de executados em 2015 foi alvejado simultaneamente às 00h30 de domingo, horário local.

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​Mas, pelo visto, essa composição não causa repúdio à senhora Maria do Rosário. Aquela que já foi ministra dos Direitos Humanos resolveu se manifestar a respeito. Disse ser contra, claro!, a pena de morte, mas considerou, com aquela inteligência muito peculiar: “Mas que interesse há para onde as cinzas serão levadas no Brasil? O sujeito não era herói, era traficante.” Imaginem se é o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), seu desafeto, a dizer uma boçalidade dessa qualidade.

Sim, ele era traficante – ou foi condenado por tráfico. Isso, então, retira de sua família até o direito de saber para onde vão as cinzas? O governo brasileiro não deveria se ocupar do assunto? Até onde vai o “humanismo” de Maria do Rosário? Os torturadores que se livraram de alguns corpos no Brasil pensavam assim: “Mas que interesse há em saber onde foram jogados os corpos? Não eram heróis. Eram terroristas”.

Infográfico condenações e execuções na Indonésia
Infográfico condenações e execuções na Indonésia (VEJA)

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