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‘Não enxergamos Haddad como cabo eleitoral’

Presidente do PT-SP revela que plano de governo de Alexandre Padilha, candidato a governador, apostará no desenvolvimento do interior

Por Felipe Frazão 16 jan 2014, 16h14

Em fevereiro, Alexandre Padilha deixará o Ministério da Saúde para assumir o posto de candidato do PT ao governo de São Paulo. Novato em eleições, Padilha terá ao lado o presidente estadual do partido, Emídio de Souza, já escolhido para coordenar sua campanha. Uma das principais estratégias dos petistas será percorrer cidades do interior para tentar reverter a ampla preferência desse eleitorado pelo PSDB do governador Geraldo Alckmin – em 2010, os votos do interior foram decisivos para a eleição do tucano. Além disso, angariar votos pelo Estado também ajudaria a equalizar o desgaste do PT na capital paulista – a aprovação à gestão do prefeito Fernando Haddad fechou o ano em 18%. Apesar de afirmar que acredita na recuperação de Haddad, Emídio admite: “Não o enxergamos como cabo eleitoral”. Leia a entrevista ao site de VEJA.

Como lidar com a má avaliação do prefeito Fernando Haddad? Ele vai participar de atos pró-Dilma e Padilha e aparecer na TV? Temos consciência de que ele é uma figura importante nessa campanha. Mas para a gente o que mais importa é que ele seja um grande prefeito. Não o enxergamos como cabo eleitoral. O mais importante hoje é ele fazer o governo que se comprometeu a fazer. Não queremos decepcionar o paulistano e não vamos decepcionar. Ele já realizou boa parte dos compromissos de governo: Bilhete Único mensal, fim da aprovação automática nas escolas que o Alckmin copiou, 300 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus e está fazendo mudanças importantes na estrutura da prefeitura para o combate à corrupção. Queremos ajudá-lo a fazer um grande governo.

Mas o PT tem alguma estratégia caso ele não consiga reverter a baixa popularidade para não afetar a campanha? As pessoas sabem diferenciar o tempo de governo e o trabalho que está sendo feito, com planejamento, do momento eleitoral. Em lugar nenhum do Brasil as pessoas esperam que o resultado apareça no primeiro ano de governo, às vezes só aprece na segunda metade do mandato. Sob o Haddad não pesa nenhuma acusação, nenhuma suspeita, e ele teve coragem de botar o dedo na ferida. Ele tem tido coragem.

Em qual região do Estado será travada a maior disputa eleitoral? Não acho que será uma batalha regional. Uma ideia vai permear nossa campanha. A pergunta que faremos aos paulistas é esta: o Estado quer continuar no ritmo lento dos tucanos, que fizeram pouco durante muito tempo? Veja a expansão do metrô, que caminha a 1,7 quilômetro por ano, a lentidão da despoluição do Tietê e do saneamento básico. São Paulo é um Estado veloz, de gente trabalhadora, e tem um governo que não anda no mesmo ritmo e cuja criatividade se esgotou. É isso que o paulista quer?

Por que o PT encontrou no ministro Padilha o perfil para disputar o governo? Ele conhece o Estado e as políticas públicas que podem melhorar a vida de milhões de pessoas. Tem, além disso, ótimas características pessoais. É muito acolhedor, carinhoso com as pessoas.

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Ao tomar posse na presidência do PT, o senhor disse que o ministro Padilha precisava de “um vice que entre onde ele não entra”. Onde ele não entra e quem é esse vice? Tem que ser um vice que estabeleça um diálogo com o interior, com a classe média paulista e paulistana e com a juventude. E que incorpore esse espírito de mudança com segurança que queremos fazer.

Padilha tem menos intenção de voto no interior e vai melhor na região metropolitana e na capital. No que o partido aposta para romper essa barreira? O interior já conhece o PT das políticas federais que estamos fazendo. As escolas técnicas são muito o reflexo dessa política, assim como os novos campus de universidade federal, o programa Minha Casa Minha Vida que os paulistas já conhecem e o programa Mais Médicos que começam a conhecer. A primeira coisa é as pessoas saberem que o PT já faz esse tipo de política e já beneficia muita gente. E a segunda é apresentar um programa que também dê conta dos problemas do interior. Um dos temas centrais é o problema do desenvolvimento regional. São Paulo tem regiões muito desenvolvidas e outras pouquíssimo desenvolvidas. É para essas regiões que queremos um conjunto de propostas que possam acenar com o crescimento.

Como isenção de impostos para instalação de empresas e indústrias? Isenção de impostos pode ser uma das medidas, mas não só, como a capacitação da mão de obra e a implantação da indústria de transformação. A presença do Estado pode fazer a diferença na fase inicial do desenvolvimento de uma região. Por exemplo, as regiões de limite com o Mato Grosso sofrem uma concorrência fiscal terrível. Empresas que eram de São Paulo foram para Mato Grosso. Elas só passaram a divisa, mas aproveitam o mercado paulista. O Estado perdeu muito nesse sentido. Vamos ter de fazer revisão da política tributária.

O cartel do metrô será uma arma do partido na propaganda eleitoral? Desde 2005 o PSDB usa o mensalão contra o PT e isso nunca impediu nossa vitória nas urnas. Campanha eleitoral é para mostrar ideias e não para denunciar ninguém.

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