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Na luta contra o crack, Rio receberá 240 milhões de reais da União

Prefeitura e governo do estado aderem a programa do governo federal, que já chegou a Pernambuco e Alagoas. Verba será destinada a ações de prevenção, tratamento e segurança pública

Por Rafael Lemos
13 abr 2012, 15h10

Foi nas calçadas e ruas de São Paulo, no início da década de 90, que as cracolândias se incorporaram ao cenário das metrópoles brasileiras. Hoje, o problema está longe de ser uma exclusividade da maior cidade do Brasil. Levantamento da Confederação Nacional dos Municípios realizado no ano passado em 4.430 das 5.565 cidades brasileiras revelou que o crack e seus efeitos devastadores estão presentes em 91% delas. No caso do Rio de Janeiro, o quadro é alarmante: cerca de 3.000 usuários (sendo 20% menores) padecem em pelo menos 11 cracolândias e mais seis pontos itinerantes de consumo da droga, de acordo com mapeamento da prefeitura.

Nesse contexto, as três esferas de governo se unem para lidar com a questão. A prefeitura e o governo do estado assinam, nesta sexta-feira, a adesão ao programa do governo federal ‘Crack, é Possível Vencer’, através do qual a União investirá recursos de 240 milhões de reais até 2014 para o aumento da oferta de tratamento de saúde e atenção aos usuários drogas, enfrentamento ao tráfico e ampliação das atividades de prevenção. A verba será utilizada em todo o estado, tanto por repasses como aplicação direta. Pernambuco e Alagoas também já aderiram ao programa, que tem orçamento de 4 bilhões de reais até 2014.

Também nesta sexta-feira, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o secretário municipal de Assistência Social, Rodrigo Bethlem, visitam um dos Centros Especializados de Atendimento à Dependência Química (CEADQ) da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. Esses centros são o eixo da principal política da prefeitura na luta contra o crack. Em 31 de março de 2011, a SMAS deu início a operações de recolhimento de viciados nas ruas. Em 80 ações realizadas nas principais cracolândias da cidade, já foram recolhidas 3.803 pessoas, sendo 3.232 adultos e 571 crianças e adolescentes. No caso dos adultos, trata-se de um trabalho de enxugar gelo, tendo em vista que a maioria absoluta prefere voltar para as ruas. Já os menores são submetidos a internação compulsória, com a aval do poder judiciário.

Tratamento – No âmbito da saúde, serão investidos 211 milhões de reais – sendo 4,25 milhões de reais da prefeitura. Entre as medidas, estão previstas: a criação de seis novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS-AD) para atendimento 24 horas; abertura de 427 novos leitos em enfermarias especializadas e qualificação de 71 leitos já existentes em Hospitais Gerais; e mais 27 novos Consultórios na Rua, além da qualificação de oito já existentes.

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Ações de prevenção serão articuladas pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, com foco na escola e nos bairros, além de estratégias de comunicação. Os investimentos podem chegar a 15 milhões de reais só na formação de profissionais que atuam nas áreas de saúde, assistência social, justiça e segurança pública por meio de cursos presenciais e à distância.

Segurança – As ações policiais do programa irão se concentrar nas fronteiras e nas principais cracolândias do Rio: Jacarezinho, Manguinhos e Morro do Cajueiro (Madureira). Está prevista a implementação de policiamento ostensivo e de proximidade nas áreas de concentração de uso de drogas, com a instalação de câmeras fixas. A expectativa é que a utilização de câmeras, móveis e fixas, contribua para inibir a prática de crimes, principalmente o tráfico de drogas. Também serão intensificadas as ações de inteligência e de investigação para identificar e prender os traficantes.O total de investimentos do governo federal na segurança pública será de mais de 9 milhões de reais.

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