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Na cidade mais violenta de SP, guarda municipal vai usar arma letal

Município de Caraguatatuba, no litoral, registrou índice de 28,3 homicídios por 100.000 habitante – quase o triplo da média do Estado

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 mar 2014, 09h10

Para tentar conter a onda de criminalidade que assola o município há três anos, a cidade litorânea de Caraguatatuba, a mais violenta do Estado de São Paulo, decidiu armar a Guarda Civil Municipal (GCM). Nesse período, a cidade figurou no topo do ranking de mortes por arma de fogo, com uma taxa de 28,3 homicídios por 100.000 habitantes – quase o triplo da média estadual, de 10,5 homicídios por morador. Também vai na contramão do Estado, que registrou redução no número de homicídios no ano passado.

Nesta semana, o prefeito de Caraguatatuba, Antonio Carlos da Silva (PSDB), anunciou que abrirá um edital para contratar 80 homens guardas, que andarão armados – pistolas 380 e espingardas calibre 12. Os guardas começarão a atuar em dezembro, época em que a população da cidade praiana quadruplica por causa das férias. Cidades vizinhas, como São Sebastião e Ubatuba, já possuem uma GCM armada.

A delegada Nilze Baptista Scapulatiello, titular dos municípios de Caraguatatuba, Ubatuba, São Sebastião e Ilha Bela, é uma das defensoras da ideia: “Tudo que vem para somar é importante. A GCM tem acesso a lugares, que não são de nossa competência, como escolas, hospitais e praças”. No entanto, ela ressalta a necessidade de a guarda receber “treinamento adequado” para o porte de armas letais – na maioria das cidades, os homens da GCM não usam armas de fogo, atribuição das Polícias Militar e Civil.

Com 29 anos de experiência como delegada na capital paulista, Nilze, de 58 anos, está lotada há dois meses em Caraguatatuba com a missão de fortalecer a polícia local. “Estamos tentando agregar conhecimento [entre a capital e o litoral]. É preciso ter um setor de chefia de investigação, que coordene investigações e cobre relatórios melhor produzidos”, disse ela, citando como exemplos a criação de departamentos de inteligência, nos últimos meses.

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Os homicídios em Caraguatatuba estão relacionados a dois fatores: tráfico de drogas e brigas em bar. “O consumo de álcool e entorpecente estão sempre relacionados com os assassinatos”, disse a delegada. Ela ainda afirma que a maioria dos crimes ocorre no período noturno na periferia da cidade, onde os morros foram ocupados por construções irregulares. “O acesso a essas favelas é muito difícil. Outros criminosos ainda se escondem na Mata Atlântica”, afirmou a delegada, apontando uma das dificuldades na captura dos criminosos.

Assim como o prefeito, a delegada também não concordou com a posição de Caraguatatuba no ranking de homicídios por 100.000 habitantes. Segundo ela, o cálculo não levou em conta a população flutuante da cidade. No ano passado, foram registrados 31 homicídios, dois a mais do que em 2012. Os meses com maior incidência do crime foram janeiro (4), dezembro (4) e abril (5). “Este por causa do feriado de Páscoa”, disse a delegada.

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