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Na Câmara, Serraglio reafirma: ‘Mensalão não foi farsa’

Deputado falou aos colegas sobre trabalhos da CPI dos Correios. Mostrou-se indignado com tentativas de negar o esquema e disse confiar em condenação

Por Carolina Farina 13 jun 2012, 19h57

Seis anos após o término da CPI dos Correios, instalada para investigar o esquema do mensalão – maior escândalo de corrupção da história da República -, o tema volta à tribuna da Câmara dos Deputados. Em discurso nesta quarta-feira, o deputado Osmar Serraglio, relator da comissão, dividiu com os colegas sua indignação com as tentativas de negar a existência do escândalo, como já havia informado em entrevista ao site de VEJA . “O Brasil acompanhou o trabalho que produzimos, absolutamente transparente”, afirma. E cobrou punição aos mensaleiros no julgamento marcado para agosto pelo Supremo Tribunal Federal.

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Coube a Serraglio redigir o relatório que, em 2006, pediu a cassação de figurões do PT, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Hoje, às vésperas de enfrentar a Justiça, Dirceu é um dos principais interessados em utilizar a CPI do Cachoeira como cortina de fumaça para o julgamento do mensalão, tentando lançar em descrédito as instituições que contribuíram para revelar, investigar e levar à Justiça os responsáveis pelo esquema.

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“Veja-se o inconformismo nacional com o affaire Cachoeira. Será que, daqui a anos, diremos que a CPMI do Cachoeira não ocorreu? Para que se perder tempo com investigação, se ao final se dirá que tudo não passou de fantasia?”, questiona Serraglio. E continua: “O ex-ministro José Dirceu insiste que Roberto Jefferson foi cassado porque não comprovou a existência do mensalão. Não é verdade: foi cassado porque, provada a existência do mensalão, ele participou da promiscuidade. São assim, pelo menos uma dúzia de provas do envolvimento de José Dirceu”.

O parlamentar fez questão de relembrar a quantidade de provas colhidas pela CPI – tantas que os trabalhos da comissão acabaram servindo de base para a denúncia entregue em 2007 pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo. “Os olhos e os ouvidos da população ainda estão impregnados de imagens e oitivas, que não podem ser apagadas pela simples negativa de autoria. As 165 reuniões e as 233 oitivas não aconteceram? Os documentos periciados não existem? Vale aqui a lição de Lincoln, para os que supõem ser de fácil ludibrio o povo: ‘Não se pode enganar a todos o tempo todo’.”

Em seu discurso, Serraglio cita as diversas provas da relação entre Dirceu e Marcos Valério, o operador do mensalão. “A esposa de Valério, Renilda, assentou que Dirceu se reuniu com a presidente do Banco Rural no Hotel Ouro Minas, para acertar os empréstimos com o Banco. Foi criação cerebrina dela? Veja-se que a reunião foi confirmada. Isso não é prova?”. O parlamentar vai além: “Marcos Valério arranjou emprego para a ex-mulher de José Dirceu, no BMG em São Paulo. Não será coincidência demasiada um sócio de Marcos Valério, lá de Belo Horizonte, tornar-se ‘comprador’ do apartamento da ex-mulher de José Dirceu, em São Paulo?”

Diante de tantas provas, Serraglio está confiante na condenação dos mensaleiros pelo Supremo: “Concluo afirmando o que já averbei em outra quadra: a CPMI dos Correios não se converterá em pizza. Nosso Judiciário não tem vocação para isso”.

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