MP quer que lobista e ex-diretor da Petrobras paguem R$ 120 mi por desvios do petrolão
Valor é equivalente aos 31 milhões de dólares em propina recebidos para que a empresa americana Vantage Drilling fosse beneficiada em contrato
O Ministério Público Federal encaminhou ao juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, pedido para que o ex-diretor da área internacional da Petrobras Jorge Zelada e o lobista João Augusto Henriques, ligado ao PMDB, sejam condenados a pagar mais de 120 milhões de reais como forma de reparação pelos desvios ocorridos no esquema de corrupção na estatal. O valor é equivalente aos 31 milhões de dólares em propina recebidos para que a empresa americana Vantage Drilling fosse beneficiada no contrato de afretamento do navio-sonda Titanium Explorer.
Segundo a acusação, os 31 milhões de dólares desembolsados pela companhia foram parar nas mãos de Zelada, do ex-diretor geral da área internacional da estatal Eduardo Musa e do PMDB, responsável pelo apadrinhamento político do ex-dirigente. No esquema, os lobistas Hamylton Padilha, Raul Schmidt Junior e João Augusto Rezende Henriques atuavam como intermediários da negociação, sendo que cabia a Padilha pagar a parte destinada a Eduardo Musa, a Raul Schmidt depositar a propina reservada a Zelada e a João Augusto Henriques pagar o dinheiro sujo ao PMDB.
Uma auditoria interna da própria Petrobras indicou irregularidades de Zelada em benefício da empresa Vantage Drilling. Na última manifestação do MP antes da sentença contra Zelada, os procuradores da força-tarefa da Lava Jato pedem, além da reparação, que o ex-dirigente da petroleira seja condenado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e por efetuar operações de câmbio não autorizadas para evasão de divisas.
Entre 2011 e 2014, já com a Operação Lava Jato em curso, Zelada atuou, segundo o MP, pelo menos 66 vezes para ocultar e simular mais de 10 milhões de euros em dinheiro sujo do petrolão por meio do envio de recursos a contas secretas em Mônaco.