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MP deve denunciar Marcelo Odebrecht e Otávio de Azevedo em até 30 dias

Empresários foram detidos preventivamente na 14ª fase de Operação Lava Jato, deflagrada na última sexta-feira

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 jun 2015, 11h28

Os procuradores que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato planejam apresentar em até 30 dias denúncias formais contra o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, contra o presidente do grupo Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, e outras seis pessoas presas preventivamente na 14ª fase da operação, deflagrada na sexta-feira. O entendimento entre os procuradores que acompanham as investigações é que, preliminarmente, existem elementos suficientes para apresentar ao juiz Sergio Moro denúncia contra os presidentes das empreiteiras e os executivos Rogério Santos de Araújo, Márcio Fária da Silva, Cesar Ramos Rocha, Elton Negrão, Paulo Roberto Dalmazzo e João Antônio Bernardi Filho. Eles devem ser indiciados ainda esta semana.

Por falta de tempo hábil para analisar a montanha de documentos que podem implicar o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar, o Ministério Público trabalha agora com a possibilidade de pedir hoje a revogação da prisão temporária do executivo. Se mantiver Alencar atrás das grades em uma prisão preventiva, como defendem parte dos policiais da Lava Jato, por exemplo, o MP teria de correr contra o tempo para apresentar uma denúncia, “concorrendo” com outros executivos contra os quais haveria mais evidências, como o caso de Odebrecht.

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O MP estima que as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez pagaram, no mínimo, 764,75 milhões de reais em propina a partir de contratos envolvendo as diretorias de Abastecimento e de Serviços da Petrobras. As duas diretorias, comandadas no auge da sangria ao caixa da petroleira por Paulo Roberto Costa e Renato Duque, cobravam até 3% de vantagens indevidas em todos os grandes contratos firmados pela estatal. As projeções das propinas pagas pela Odebrecht e pela Andrade Gutierrez integram o pedido de prisão e condução coercitiva de executivos das duas gigantes da construção. Segundo o MP, as estimativas são de que a Andrade tenha desembolsado 256 milhões de reais em propina e a Odebrecht por outros 508,66 milhões de reais.

Ao contrário das outras concorrentes já envolvidas nas investigações da Lava Jato, o modus operandi da Odebrecht tinha como pilar principal a remessa de propina para o exterior. Para as movimentações ilícitas fora do Brasil, eram utilizadas empresas offshore e estrangeiras, como a Constructora Del Sur, ou companhias de operadores como Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, para a lavagem da propina, como ocorreu na transação entre a Technis Planejamento e Gestão em Negócios Ltda e a Andrade Gutierrez. Nesta terça, em depoimento na Polícia Federal, o ex-diretor Paulo Roberto Costa detalhou o pagamento de propina feito pela petroquímica Braskem em benefício de parlamentares do PP e disse que ele próprio recebia o dinheiro sujo em contas bancárias secretas na Suíça por meio do operador Bernardo Freiburghaus. Odebrecht e Braskem negam irregularidades.

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No caso de Marcelo Odebrecht, os investigadores conseguiram rastrear mensagens de e-mail trocadas entre o executivo em que ele discute a contratação de navios-sonda e admitem a possibilidade de sobrepreço de até 25.000 dólares por dia, um indicativo pelo MP de que já contabilizavam a propina nas negociações de contratos.

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