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MP denuncia Cerveró e Fernando Baiano por lavagem e formação de quadrilha

De acordo com a acusação, Cerveró utilizou o cargo na estatal para favorecer contratações de empreiteiras mediante propina

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 fev 2015, 11h38

O Ministério Público Federal apresentou à Justiça denúncia contra o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como o operador do PMDB no escândalo do petrolão, por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. De acordo com a acusação, Cerveró utilizou o cargo na estatal para favorecer contratações de empreiteiras mediante o pagamento de propina, enquanto Baiano é apontado como o operador financeiro do esquema de desvio de recursos e distribuição de vantagens indevidas. O Ministério Público também apresentou denúncia contra o advogado uruguaio Oscar Algorta Rachetti, identificado pelos procuradores como responsável por ter lavado dinheiro de propina na compra de uma cobertura de luxo no Rio de Janeiro em nome da offshore uruguaia Jolmey.

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Segundo a denúncia, Fernando Baiano atuava como operador financeiro da Diretoria Internacional da Petrobras, recolhendo propina em nome de Cerveró e atuando para lavar os recursos. Na estratégia para evitar o rastreamento do dinheiro sujo, a dupla enviava a propina para contas no exterior em nome de empresas offshores situadas no Uruguai e Suíça. A movimentação financeira incluía ainda o retorno de parte dos recursos ao Brasil por meio da simulação de investimentos diretos na empresa brasileira Jolmey do Brasil Administradora de Bens Ltda – na verdade uma filial da offshore uruguaia Jolmey. As duas empresas eram de propriedade de Cerveró, mas eram administradas por laranjas. Em setembro do ano passado, VEJA revelou que o dúplex de 7,5 milhões de reais onde Cerveró morava em Ipanema pertencia à Jolmey. O enredo contemplava várias operações nebulosas.

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Ao longo da Operação Lava Jato, a Polícia Federal reuniu provas de que Cerveró era o verdadeiro dono da offshore Jolmey, que movimentou milhões de reais para comprar e reformar o seu apartamento na Zona Sul do Rio de Janeiro. Em depoimento aos investigadores, o advogado Marcelo Mello confirmou a negociata e disse que foi procurado há sete anos por Cerveró e por Algorta para montar uma subsidiária brasileira da Jolmey Sociedad Anonima. Desde o início das investigações, Cerveró negava qualquer participação na criação da offshore.

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No ano passado, assim que começaram a estourar os escândalos na estatal, um laranja foi nomeado sócio da Jolmey e a família de Nestor Cerveró deixou o dúplex no Rio. Mas para o Ministério Público, Cerveró sempre utilizou o apartamento como mecanismo de lavagem de dinheiro do petrolão. O imóvel de cobertura no bairro de Ipanema foi adquirido pela Jolmey do Brasil por cerca de 1,5 milhão de reais, reformado por 700.000 reais e ficticiamente alugado ao ex-diretor da Petrobras por apenas 3.650 reais, valor cinco vezes menor que o os preços de mercado. “O objetivo de Cerveró e Algorta era simular uma locação do imóvel como forma de ocultar a real propriedade do bem e evitar que Cerveró pudesse ser alvo de investigação por enriquecimento sem causa – e claro, de corrupção”, diz a denúncia do MP.

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