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MP da Suíça diz que Henrique Alves é suspeito de crimes de lavagem e corrupção

O site de VEJA revelou na semana passada que um processo em sigilo na Justiça Federal de Brasília traz nomes e números de contas do ex-ministro no exterior, além de extratos bancários que detalham seus gastos fora do país entre 1996 e 2004

Por Da Redação
21 jun 2016, 15h52

A Suíça declara que Henrique Alves (PMDB-RN), ex-ministro do Turismo do governo interino de Michel Temer, é suspeito de crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Investigado desde fevereiro deste ano, antes mesmo de assumir o cargo na equipe de Temer, Alves renunciou à pasta na semana passada. Ele foi o terceiro ministro da gestão do peemedebista a cair e, por meio de carta, explicou que não queria criar “constrangimentos” para o presidente em exercício. Na delação premiada que firmou com o Ministério Público Federal (MPF), o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado relata que repassou a Alves propinas no valor de 1,5 milhão, entre 2008 e 2014.

“O Escritório do Procurador Geral da Suíça confirma a abertura de um processo legal em fevereiro de 2016 contra Henrique Eduardo Lyra Alves sob suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva”, indicou o Ministério Público em Berna.

Na Europa, fontes próximas ao caso confirmaram que Alves manteve uma conta com depósitos que variavam entre 700.000 reais e 1 milhão de reais. O dinheiro está bloqueado, mas o banco não teve seu nome revelado. A investigação começou em Berna sob a suspeita de que a conta, uma das mais de mil relacionadas à Lava Jato e bloqueadas pelos suíços em bancos locais, tenha sido alimentada com recursos ilícitos.

Para os suíços, o caminho adotado foi o mesmo seguido no caso do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para a procuradoria suíça, não faria sentido processar o brasileiro, levá-lo a um julgamento em Berna e, em seguida, jamais conseguir sua punição. O Brasil não extradita seus nacionais.

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A ideia negociada com os procuradores brasileiros foi a de transferir o caso para que Alves seja investigado e julgado no Brasil. Para os suíços, a transferência do caso também permitirá que a Justiça brasileira possa agir de forma rápida para garantir que as provas e mesmo os recursos não sejam perdidos.

“Diante do fato de que Henrique Alves ser um cidadão brasileiro, ele não pode ser extraditado para a Suíça”, explicou o MP suíço. “Por esse motivo, a Procuradoria pediu em março de 2016 para que o processo seja transferido ao Brasil”, adicionou. “Isso seria feito para permitir que o caso pudesse ser investigado e julgado por autoridades brasileiras”, completou a promotoria.

US$ 15 milhões no exterior – Conforme o site de VEJA revelou na última sexta-feira, um processo que corre em sigilo na Justiça Federal de Brasília há doze anos traz nomes e números de contas de Henrique Alves no exterior, além de extratos bancários que detalham seus gastos fora do país entre 1996 e 2004. O papelório foi entregue às autoridades por Mônica Azambuja, ex-mulher do peemedebista, que o acusou de manter 15 milhões de dólares (cerca de 50 milhões de reais) no exterior. Nada declarado à Receita Federal. Diz a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal: “O ora requerido jamais manifestou qualquer reserva quanto a esses documentos, bastando-se em afirmar não possuir patrimônio de 15 milhões de dólares”.

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Só em 1996, o ex-ministro gastou 1,1 milhão de reais num cartão American Express vinculado a uma conta do banco suíço Union Bancaire Privée. A conta era batizada de 245333HM, sendo as letras referências ao casal Henrique e Mônica. A denúncia, a que VEJA teve acesso, compila operações financeiras no exterior, como uma aplicação de 890 mil dólares, e até um bilhete em que o ex-ministro pede ajuda a uma notória operadora do mercado financeiro suíço para administrar seus investimentos: Maria Rodrigues, apontada como a administradora das propinas pagas por contratos superfaturados assinados, na gestão Paulo Maluf, pela prefeitura de São Paulo.

Entre os documentos à disposição da Justiça, há um papel timbrado da Câmara no qual está anotado o valor de 420.000 e o nome Geddel Vieira Lima, atual ministro da Secretaria de Governo.

(com Estadão Conteúdo)

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