MP amplia denúncia de policiais acusados de matar Haíssa
Promotoria quer que os policiais, que já estão presos, respondam também por tentativa de homicídio das quatro pessoas que estavam no carro com a jovem
O Ministério Público do Estado Rio de Janeiro ampliou nesta segunda-feira a denúncia contra os policiais militares acusados de matar a estudante Haíssa Vargas Motta durante uma perseguição insana pelas ruas de Nilópolis, na Baixada Fluminense, no dia 2 de agosto do ano passado. Além da denúncia por homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e por não oferecer defesa à vítima), que já foi acatada pela Justiça, a promotora Juliana Pompeu quer também que os PMs Márcio José Watterlor Alves e Delviro Anderson Moreira Ferreira respondam por tentativa de homicídio das quatro pessoas que estavam no carro com Haíssa. O pedido de aditamento foi feito nesta segunda, segundo a Agência Brasil. Os dois policiais estão presos desde quinta-feira.
Imagens gravadas por duas câmeras instaladas na viatura, obtidas pelo site de VEJA, revelaram que os dois PMs avistaram o carro em que Haíssa estava e o consideraram suspeito. Em menos de trinta segundos de perseguição, o soldado Alves aparece nas gravações disparando ao menos nove tiros de fuzil contra o automóvel – um deles acertou as costas de Haíssa, que ainda chegou a ser encaminhada para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos. O aparelho de som posicionado no porta-malas ainda impediu que duas balas atingissem os demais ocupantes. O MP entendeu que Ferreira também deveria ser responsabilizado porque Alves era seu subordinado.
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