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Motorista que foi esquartejado queria ‘dar um susto’ na amante e pensava em comprar arma

Exames de DNA comprovaram que corpo esquartejado era do motorista Álvaro Pedroso. Relação com a amante era conturbada

Por Mariana Zylberkan
17 abr 2014, 11h44

O motorista Álvaro Pedroso, de 55 anos, é o homem esquartejado que teve partes do corpo espalhadas em Higienópolis, na Zona Oeste de São Paulo, e a cabeça na Praça da Sé, em março. Um teste de DNA realizado com familiares confirmou a identidade da vítima. O caso está em segredo de Justiça no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). A suspeita é de que uma amante, que seria uma garota de programa, tenha mandado matar a vítima por vingança. Segundo as investigações, ela foi flagrada por câmeras de segurança passando pela região do Cemitério da Consolação no dia em que um morador de rua distribuiu partes do corpo no bairro.

Após o desaparecimento de Pedroso, no dia 23, foram encontrados três sacos de lixo deixados em pontos diferentes perto do Cemitério da Consolação, com pernas, braços e tronco. No dia 27, uma cabeça foi achada na Praça da Sé por um morador de rua – a quatro quilômetros do ponto onde foram localizados os sacos plásticos com as outras partes do corpo.

A cabeça foi analisada por uma equipe do Laboratório de Arte Forense da Polícia Civil, do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). A polícia confirmou que era da mesma vítima. Um retrato falado, feito por computador com fotos da cabeça e uma tomografia do crânio, foi comparado às características de desaparecidos registrados em boletins de ocorrência. A família da vítima, que mora na Zona Sul, foi então chamada e reconheceu a imagem.

Álvaro Pedroso é descrito por colegas de trabalho como um homem tranquilo e reservado. No bar em frente à garagem da empresa Mobi Brasil, no bairro de Diadema, na Zona Leste de São Paulo, onde trabalhou por mais de dez anos, foi visto poucas vezes. Parava raramente para tomar um café preto antes de entrar no trabalho; na saída, às vezes, passava no restaurante ao lado para comer um churrasquinho. Momentos como esses faziam parte de sua rotina, a mesma há cerca de três anos e meio, quando finalmente conseguiu passar no teste para motorista e deixar o cargo de fiscal, após três reprovações seguidas.

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Pedroso subia ao volante todos os dias ainda de madrugada, antes das 6h da manhã, dirigia por cerca de 20 quilômetros na linha 5129 (Jardim Miriam-Guarapiranga) e só parava por volta do meio-dia. Diferente da maioria dos colegas de trabalho, Pedroso quase nunca levava marmita de casa. Ele preferia comer coxinha com café na primeira parada do dia, por volta das 9h, no bar próximo ao ponto final da linha que operava, no centro de Diadema.

No último dia que trabalhou, na sexta-feira anterior ao dia que desapareceu, em 22 de março, Pedroso foi visto pelos colegas pela última vez às 14h. A cobradora de ônibus que trabalhou com o motorista por mais de três anos, que não quis se identificar, disse não ter percebido nada de diferente em seu comportamento. Ela conta que eles já haviam conversado sobre a relação extraconjugal de Pedroso, mas não sabia mais detalhes. “Não sei onde ele a conheceu, não era ninguém aqui do trabalho.”

Outro colega, também anônimo, revelou que Pedroso andou comentando sobre a possibilidade de comprar uma arma. Ele andava contrariado com as chantagens da amante e queria “dar um susto nela”. Ele morava com a mulher e um casal de filhos em uma casa no bairro Cidade Ademar próximo ao parque Nabuco, na Zona Sul de São Paulo.

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(Com Estadão Conteúdo)

Adriano Lima/Agência O Dia

Cabeça é achada dentro de saco na Praça da Sé, em São Paulo. Polícia vai apurar se ela pertence ao corpo achado no domingo (23/03) em Higienópolis
Cabeça é achada dentro de saco na Praça da Sé, em São Paulo. Polícia vai apurar se ela pertence ao corpo achado no domingo (23/03) em Higienópolis (VEJA)
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