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Motorista que fazia pega com o atropelador do filho de Cissa também responderá por homicídio

Gabriel Ribeiro, de 19 anos, será indiciado junto com Rafael Bussamra Inquérito concluiu que os dois assumiram os riscos de atropelamento no túnel

Por Leo Pinheiro
2 set 2010, 16h59

Rafael, seu irmão mais velho, Guilherme, e o pai, Roberto Martins Bussamra, serão denunciados ao MP por corrupção ativa do sargento Marcelo Leal e do cabo Marcelo Bigon

O estudante Gabriel Ribeiro, 19 anos, será indiciado por homicídio doloso pela morte do músico Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães. O inquérito sobre o atropelamento concluiu que Gabriel estava fazendo um ‘pega’ com Rafael Bussamra, motorista do Siena preto que atingiu o músico. A delegada Bárbara Lomba, da 15ª Delegacia Policial (Gávea) responsável pelas investigações, anunciou nesta quinta-feira que Bussamra foi indiciado por homicídio doloso, fraude, corrupção ativa e fuga. O pai do atropelador, Roberto Bussamra, responderá à justiça por fraude e corrupção ativa, enquanto seu irmão Guilherme será indiciado por fraude, já que tentou, com o pai, encobrir os indícios do crime no carro. Os investigadores concluíram que, embora não tivesse intenção de matar, Bussamra assumiu e ignorou os riscos de atropelar as pessoas que estavam no túnel.

Rafael Mascarenhas, 18 anos, filho de Cissa e do músico Raul Mascarenhas, foi atropelado por Rafael Bussamra no dia 20 de julho. Ele e os amigos Luís Quinderé e João Pedro Gonçalves andavam de skate no Túnel Acústico, na Gávea, que estava fechado ao trânsito para manutenção. Rafael chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado com vida para o hospital Miguel Couto, no Leblon, que fica muito perto do local do acidente. Lá, foi operado, mas não resistiu.

A tragédia de Cissa Guimarães comoveu o Brasil. Mas o caso teve sua repercussão amplificada depois que veio à tona o que aconteceu depois do atropelamento. O Siena preto que Rafael Bussamra dirigia foi parado pelos policiais militares Marcelo Leal e Marcelo Bigon na saída do Túnel Acústico, e depois liberado. Avisados por Rafael do que havia acontecido, o pai e o irmão do jovem foram ao encontro dos dois PMs que, segundo relato de Roberto Bussamra à delegada Bárbara Lomba, exigiram 10 000 reais para não registrar a ocorrência e liberar o carro. Bussamra pagou mil reais e combinou que entregaria o restante no dia seguinte. O pai e o irmão de Rafael Bussamra levaram o carro para uma oficina que faria os consertos necessários a apagar os vestígios do atropelamento. Mas a notícia de que Rafael Mascarenhas era filho de Cissa Guimarães, e estava morto, interrompeu a operação.

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O inquérito tem 250 páginas, e ouviu 36 pessoas entre os acusados e testemunhas. Rafael, seu irmão mais velho, Guilherme, e o pai, Roberto Martins Bussamra, serão denunciados ao MP por corrupção ativa do sargento Marcelo Leal e do cabo Marcelo Bigon. Segundo o empresário, a família pagou o suborno por se sentir ameaçada pelos PMs. Ele se declarou vítima de extorsão, mas o inquérito concluiu que a corrupção se deu pela concordância das duas partes, dos que receberam o suborno e dos que pagaram. Marcelo Leal e Marcelo Bigon já estão respondendo por corrupção passiva na Justiça Militar. Eles estão presos no Batalhão Especial Prisional, em Benfica, Zona Norte do Rio de Janeiro.

A atitude de Bussamra é o exemplo mais eloquente de uma série de desrespeitos a limites envolvidos no caso. A começar pelo próprio trio que praticava skate no túnel fechado, o que é proibido porém não fiscalizado pelas autoridades, que fazem vista grossa em toda a cidade. Na sequência, vêm os motoristas que faziam pega, prática proibida e perigosa; a atitude dos motoristas dos dois carros, que não pararam para prestar socorro; a propina aos policiais; a tentativa de apagar os vestígios do atropelamento; e a desistência motivada pela informação de que a vítima era filho de uma atriz famosa. O indiciamento de Gabriel Ribeiro como co-responsável pela morte de Rafael Mascarenhas foi justificada pela delegada Bárbara Lomba: “estar em velocidade, dentro do túnel interditado, indica que os autores previram o que podia acontecer e aceitaram aquilo como algo tranquilo para eles.”

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