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Morre coronel Brilhante Ustra, um dos maiores símbolos da repressão

Ele estava internado no Hospital Santa Helena, em Brasília, para o tratamento de um câncer. Militar comandou o DOI-Codi entre 1970 e 1974, período em que 40 presos morreram no local

Por Da Redação
15 out 2015, 10h40

Morreu na madrugada desta quinta-feira o coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, aos 83 anos. Ele estava internado no Hospital Santa Helena, em Brasília. De acordo com informações do hospital, o militar fazia tratamento contra um câncer. Ustra comandou o DOI-Codi de São Paulo entre 1970 e 1974, período em que foram registrados 502 casos de tortura e 40 mortes de presos políticos nos porões do local.

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Seu nome é um dos mais citados em denúncias de violações de direitos humanos no período. Apresentava-se com o codinome de “doutor Tibiriçá”. Em 1987, entrou para a reserva, ao ter seu nome preterido na promoção para general, e escreveu um livro, Rompendo o Silêncio, no qual percorre a história sobre o fio da navalha: não nega que havia tortura nos porões, mas também não admite que havia. Desde então vivia recluso e discreto com sua mulher, Maria Joseíta, e as duas filhas numa confortável casa no Lago Norte, região de classe média de Brasília.

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Em depoimento à Comissão da Verdade em 2013, Ustra afirmou que “lutou pela democracia” e negou ter cometido crimes durante o regime militar. “Nunca fui assassino”, disse. Durante sua fala, Ustra ainda acusou a presidente Dilma Rousseff de ter integrado um grupo terrorista que queria transformar o Brasil em um país comunista. “Todas as organizações terroristas – que eram mais de quarenta – tinham, claramente, o objetivo final de implementar a ditadura do proletariado. Inclusive as quatro organizações das quais a nossa presidente da República participou”.

O coronel foi o primeiro torturador condenado civilmente pela Justiça brasileira, em 2008. Quatro anos depois, o Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a decisão que reconheceu Ustra como responsável pelas torturas contra a família Teles. Em 1972 Maria Amélia Teles, o marido, Cesar Teles e a irmã Crimeia foram presos e torturados no Doi-Codi. Os filhos do casal também ficaram em poder dos militares.

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