O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, disse nesta segunda-feira que não cabe a ele decidir se o pecuarista José Carlos Bumlai deve ou não comparecer à CPI do BNDES. O depoimento do empresário ao grupo de investigação está agendado para a tarde desta terça, mas ele alega que deve ser dispensado da oitiva porque não pretende responder aos questionamentos dos parlamentares. Preso na semana passada na 21ª fase da Operação Lava Jato, Bumlai foi citado na Lava Jato pelo lobista Fernando Baiano, apontado pelo Ministério Público como lobista do PMDB que intermediava o pagamento de propinas a agentes públicos que sangravam os cofres da Petrobras. Em depoimento de delação premiada, Baiano disse ter repassado 2 milhões de reais a uma nora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a pedido de Bumlai. Segundo as investigações, os valores eram referentes a uma comissão a que o pecuarista tinha direito e, na transação, foi simulado um contrato de aluguel de equipamentos e emitidas notas fiscais falsas. Neste domingo, no pedido de prisão preventiva do banqueiro André Esteves, a procuradoria-geral da República apontou novos indícios contra o pecuarista, desta vez negócios suspeitos na compra de uma fazenda dos filhos de Bumlai pelo BTG. (Laryssa Borges, de Brasília)
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