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Ministro do Esporte pagou R$ 85 mil para alugar computadores que custam R$ 15 mil

Como deputado, George Hilton, do PRB, manteve um estranho contrato que previa a cessão de computadores para edição de vídeo. Empresa beneficiada trabalhou em campanha do político

Por Gabriel Castro, de Brasília
9 jan 2015, 18h13

O novo ministro do Esporte, George Hilton, chegou ao posto por indicação de seu partido, o PRB. Como líder da legenda na Câmara, ele era o nome mais importante da bancada. Mesmo após deixar o Congresso, entretanto, Hilton ainda tem o que explicar sobre seu mandato. No mínimo, pelas suspeitas de que ele é um péssimo gestor de recursos públicos. O deputado gastou 84.996 reais da verba indenizatória para supostamente alugar computadores que custam em lojas, juntos, menos de 15.000 reais.

A empresa beneficiada é a Ideas Movies and Solutions, especializada na produção de vídeos, que prestou serviços para a campanha de Hilton à prefeitura de Contagem (MG) em 2012. Na ocasião, a companhia recebeu 201.000 reais pelo serviço. Apesar disso, a sede declarada à Receita Federal pela Ideas é uma sala pequena em um prédio castigado na periferia de Belo Horizonte. O dono da Ideas é Alan Kardec Teixeira, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus – que, por sua vez, controla o PRB.

Deputado George Hilton durante gravação de programa eleitoral
Deputado George Hilton durante gravação de programa eleitoral (VEJA)

Os pagamentos do gabinete à empresa aparecem na rubrica “Manutenção de Escritório de Apoio à Atividade Parlamentar” e foram feitos de junho de 2013 até dezembro do ano passado. Pelas regras da Câmara, esses recursos devem ser usados para cobrir despesas como a compra de material de escritório, o pagamento de aluguel e de contas de água e luz. O aluguel de computadores não é proibido, embora seja incomum. A contratação de empresas de comunicação a Ideas normalmente é apresentada como “Divulgação da Atividade Parlamentar”, mas George Hilton não o fez.

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O material que o gabinete de Hilton teria alugado com a cota parlamentar não costuma ser usado em trabalhos comuns de escritório, como presume-se que o gabinete realizasse. São computadores iMac, de 21,5 e 27 polegadas. Aparelhos do tipo costumam ser destinados à edição profissional de vídeos – tarefa que a equipe do deputado não realiza..

No telefone informado na página da empresa, ninguém atendeu aos telefonemas e Alan Kardec Teixeira não respondeu às tentativas de contato do site de VEJA.

O gabinete do ministro confirmou ao site de VEJA que os pagamentos são referentes apenas ao aluguel de dois computadores e de seus respectivos softwares. Disse que o deputado pagou por eles porque a verba de gabinete não pode ser usada para adquirir equipamentos do tipo. Mas não explicou porque o valor pago é tão elevado. Talvez por achar que o episódio é irrelevante para um homem que já foi pego com 600.000 reais em malas de dinheiro.

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