Ministro do STF diz que recuou de prisões para evitar ‘decisões precipitadas’
Teori Zavascki reconsiderou sua decisão de libertar todos os envolvidos na operação da PF; apenas ex-diretor da Petrobras ficará em liberdade
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta terça-feira que recuou da decisão de libertar todos os presos da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, para evitar “decisões precipitadas”. Ele informou que o juiz Sergio Moro, responsável pelas investigações no Paraná, alertou para o risco de que alguns dos suspeitos pudessem fugir do país. “O juiz disse que tinha [risco de fuga]. Sem conhecer eu não quero tomar decisões precipitadas”, afirmou.
Na noite desta segunda-feira, Zavascki reconsiderou sua decisão e manteve presos onze envolvidos na Lava-Jato. O recuo do magistrado ocorreu depois de ele ter concedido liminar que paralisou os inquéritos da operação e autorizava a libertação de todos os envolvidos. Com a nova decisão, apenas Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, permanecerá em liberdade – ele deixou a carceragem nesta segunda. A defesa de Costa é autora da representação ao Supremo solicitando a suspensão da prisão.
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Em despacho encaminhado na noite desta segunda à Justiça do Paraná, Zavascki afirma que autoriza “cautelarmente que se mantenham os atos decisórios, inclusive no que se refere aos decretos de prisão, proferidos nos procedimentos”.
Nesta terça-feira, o ministro disse que ainda não recebeu todo o material relacionado à Lava-Jato e, por isso, não tinha condições de afirmar quais dos suspeitos permanecerão presos. Zavascki disse que vai avaliar se decidirá sozinho o destino dos suspeitos e a possibilidade de desmembramento dos autos ou se levará o caso ao plenário do Supremo.
Com a decisão do ministro, permanecem presos o doleiro Alberto Youssef, além de Carlos Alberto Pereira da Costa, Raul Henrique Srour, Carlos Alexandre de Souza Rocha, Nelma Kodama, André Catão de Miranda, André Luís Paula dos Santos, Carlos Habib Chater, Ediel Viana da Silva, René Luiz Pereira e Maria de Fátima Stocker. Sleiman Nassim el Kobrossy continua foragido.