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Ministério Público pedirá intervenção na Bancoop

Conselho Superior do MP decidiu que Promotoria de Cidadania entrará com ação na Justiça contra direção da cooperativa habitacional

Por André Vargas
30 ago 2011, 17h11

Em votação unânime, o Conselho Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo determinou que a Promotoria do Consumidor entre na Justiça com uma ação civil pública pedindo a intervenção na direção da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop). A Bancoop é suspeita de uma série de irregularidades, incluindo desvio de verbas para financiamento de campanhas políticas do PT. Cerca de 11 000 pessoas foram prejudicadas pela gestão suspeita da Bancoop. Cerca de 50 milhões de reais sumiram da contabilidade da cooperativa.

Ex-presidente da Bancoop e tesoureiro afastado do PT, João Vaccari Netto teve seu sigilo bancário dos últimos dez anos quebrado a pedido do Ministério Público. Ele é o principal suspeito da operação de desvio do dinheiro dos cooperados, que deveria servir para erguer prédios residenciais.

A reunião foi encerrada por volta das 15h45 da tarde desta terça-feira, com um placar de dez votos a zero pela intervenção. Os integrantes do conselho seguiram o voto do relator, procurador Edgard Moreira da Silva. O conselho pede a intervenção com o objetivo de pedir a dissolução da Bancoop por desvio de finalidade.

“É um alívio”, diz Marcos Migliaccio, que comprou um imóvel da cooperativa. Ele é um dos líderes da associações de cooperados. O promotor José Carlo Blat, encarregado da investigação criminal do caso, afirmou que quem sairá ganhando, caso a Justiça acate o pedido do Ministério Público, serão as vítimas. “Vão cessar as tentativas de acordos prejudiciais e haverá a possibilidade de indenização”, comentou.

Entenda o caso – Em março de 2010, VEJA revelou com exclusividade que, após três anos de investigações, o Ministério Público de São Paulo havia posto as mãos na caixa-preta do esquema Bancoop e descoberto que dirigentes da cooperativa lesaram milhares de associados para montar uma operação que abasteceu a campanha de Lula em 2002 e encheu os cofres de empresas pertencentes a petistas. João Vaccari Neto, ex-presidente da Bancoop e tesoureiro do PT à época, foi apontado como o pivô do esquema.

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Em resposta às acusações, petistas voltaram-se contra o promotor José Carlos Blat. Para eles, o promotor agia de forma a beneficiar setores do MP ligados ao tucano José Serra, com interesses eleitorais. Em 8 de março, tucanos reuniram assinaturas em número suficiente para a abertura de uma CPI e deram como certa a convocação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

Após análise de extratos bancários de 2001 a 2008, o promotor Blat estimou que o rombo do esquema Bancoop podia passar dos 100 milhões de reais. E, ainda no início de março, foi criada a CPI da Bancoop na Assemblea Legislativa de São Paulo. João Vaccari Neto negou o desvio e o rombo financeiro. Classificou o caso de “ação eleitoral” e diz que houve apenas “desequilíbrio financeiro”.

VEJA também apontou a conexão entre os escândalos Bancoop e mensalão. A revelação está em uma série de depoimentos prestados por Lúcio Bolonha Funaro, considerado um dos maiores especialistas em fraudes financeiras, à Procuradoria-Geral da República.

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