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‘Minha filha foi adotada e devolvida’

Por Nathalia Goulart
21 Maio 2010, 22h02

A empresária paulista Margarita Jacby já viveu de perto a realidade de uma criança devolvida. Mãe de outros três filhos adotivos, ela conheceu há três anos uma menina em um abrigo para menores. Quando decidiu pela adoção, no entanto, outro casal já havia obtido a guarda provisória da criança e de suas duas irmãs. Cerca de uma ano depois, Margarita teve a notícia de que menina estava de volta ao abrigo após ter sido devolvida pela família – sem as irmãs.

A reaproximação foi trabalhosa, conta Margarita. “Ela sentia-se, literalmente, abandonada mais uma vez, muito triste, apática e desacreditando no papel dos adultos”. As conseqüências psicológicas iam mais além. “A enorme pressão pela qual passou no processo de devolução fez com que ela desenvolvesse comportamentos de auto-punição, e quando a revi me assustei, pois ela arrancava os cabelos, do topo da cabeça, numa atitude de auto-mutilação”, relata Margarita.

Para reverter o quadro, foi necessário acompanhamento psicológico semanal além da convivência com a nova família, fundamental para superar os traumas da adoção anterior. “A falta de um estágio de convivência para que adotado e adotante se conheçam melhor, antes da concessão da guarda provisória, é um dos grandes problemas que percebemos na devolução”, opina Margarita. “Além disso, a falta de preparo dos adotantes para discernir interiormente entre o filho possível – aquele que está ali com você – e o idealizado – aquele que você gostaria de ter – é um dos grandes entraves no sucesso das adoções”.

Formada em psicologia clínica e direito, Margarita faz parte do Grupo Virtual de Apoio à Adoção – Adoção um Exemplo de Amor (GVAA-AEA). Criada em 2004, a comunidade conta hoje com 44.000 membros que compartem experiências e esclarecem dúvidas sobre adoção. O tema da devolução não fica de fora. Certa vez, o grupo recebeu o caso de uma menina de 5 anos que havia sido devolvida porque a adotante a achou “grudenta”. “Ora, uma criança abandonada, privada da convivência familiar, tende a ‘grudar’ em quem lhe dá um pouco de carinho”, defende Margarita.

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